Entrevista à Radio Estadão
A satisfação feminina parece inatingível. As casadas sentem falta da liberdade do tempo de solteiras; as bem-sucedidas na carreira anseiam pela maternidade e amor; as solteiras querem casar-se; as mães em tempo integral querem maior liberdade…
A harmonia é possível para a mulher auto consciente, a que está em contato constante com sua essência. Só assim ela se fortalece para desempenhar todos os papéis com uma atitude integradora: fica forte e ao mesmo tempo flexível para encarar os desafios do cotidiano.
A identidade feminina deve ser formatada a partir de verdades construídas por si própria, longe dos mitos aprendidos na infância, nas imagens de filmes e da publicidade. Assim ajuda no desenvolvimento dos potenciais e tira a mulher da rota da culpa, um sentimento tão comum a elas.
A culpa
As mulheres que têm uma vida profissional muito agitada geralmente gostariam de ter uma vida afetiva e familiar melhor. É preciso ponderar: ela teria tempo para desenvolver uma relação amorosa profunda, ou de ser uma mãe como gostaria?
A realidade é que o dia tem apenas vinte quatro horas!
Se ela perceber que isso é um desejo genuíno e não faz parte de crenças e mitos que vieram de fora, tem que mudar alguns aspectos de sua vida para realizar esse sonho. Ela deve conseguir avaliar as prioridades.
Um dos problemas é que a mulher se sente mal quando está muito satisfeita com um aspecto de sua vida, porque pensa que está deixando outras áreas de lado. O melhor seria aproveitar o que está bom e parar de querer ter tudo e muito bem feito.
Ela tem culpa porque trabalha fora, porque não trabalha fora, porque tem dinheiro, porque está sem dinheiro, porque não pode estar tanto com o filho, porque não está sendo uma boa esposa, etc.
A culpa leva à raiva e provoca disfunções externas e internas, podendo desencadear doenças. O caminho é conhecer mais a própria essência, embrenhar-se no auto conhecimento. Nessa proposta, ela deve aceitar as próprias limitações para finalmente retirar a culpa.
Conciliar o afetivo com a realização pessoal. Cada mulher tem que encontrar condições de buscar o que quer e ir elaborando as suas próprias respostas, que não podem ser crenças e mitos que vêm de fora. Elas costumam ter dentro de si uma série de conceitos e estereótipos dos quais não conseguem se afastar, que vêm desde a infância.
Enfim, se quiserem ser mães, devem sair da crença de que precisam ser nota dez sempre.