site Abílio Diniz – 26/01/2012 – Mariana Teodoro
Ter gostos diferentes pode complicar a relação.
Há quem diga que no amor, assim como na física, os opostos se atraem. Resta saber se essa afirmação faz mesmo sentido quando o assunto é relacionamento. Se por um lado, não mandamos no coração e, portanto, não escolhemos por quem vamos nos apaixonar, de outro, pode ser um tanto árduo convier com alguém cujos gostos, comportamentos e projetos de vida são totalmente diferentes.
Especialista nas questões do feminino e masculino, o psiquiatra e psicoterapeuta Dr. Luiz Cuschnir acredita que determinadas características podem provocar uma atração entre opostos, porém a identificação de atributos comuns torna, sem dúvida, a relação mais viável. “Pessoas reprimidas podem se sentir atraídas pelas mais liberais, extrovertidas por introvertidas e racionais por emocionais, mas, de uma forma geral, uma relação se estabelece quando é saudável e passível de convivência”, afirma.
Nesse sentido, parceiros com ideais opostos até podem construir uma história juntos, contudo precisam aprender a se entender. Segundo o psiquiatra, a convivência depende, então, de eleger prioridades e ceder, o mínimo, aos desejos do outro. “Se a paixão do indivíduo é a música, mas ele não pode consumi-la em função da intolerância do companheiro, a relação tende a não dar certo. Ou se ele gosta de se encher de comida vai ser difícil conviver com alguém que leva um estilo de vida saudável”, exemplifica.
Assim, embora exista a possibilidade de uma relação às avessas prosperar, para Cuschnir, quando há a identificação com o gênero oposto, o parceiro se adapta à relação com menos sacrifício e mais satisfação. “O campo de busca das realizações, como é único, recebe investimentos sem tanto desgaste. Se há boicote ou desvalorização do companheiro, o percurso tende a ser mais difícil”, finaliza.