UOL Ciência – 3/11/2011 – Chris Bueno
Determinadas e independentes, as “mulheres alfa” conquistam cada vez mais espaço e respeito no mercado de trabalho e na sociedade. No entanto, assim como um homem alfa não é um “machão às antigas”, uma mulher alfa não é uma mulher “masculinizada”: ela exerce sua liderança sem esconder sua feminilidade. Uma mulher alfa pode liderar um grupo de homens usando saia e batom, sem precisar usar agressividade ou se impor – muitas vezes essa liderança é feita com delicadeza e firmeza.
Mas as mulheres alfa ainda encontram um desafio a mais do que os homens alfa no seu caminho: o preconceito. Afinal, muitos ainda acreditam que a liderança é uma característica masculina, e as mulheres têm que trabalhar muito não apenas para alcançar cargos de chefia dentro de uma empresa, por exemplo, mas também o respeito de seus colegas.
Guerra dos sexos
De acordo com o psiquiatra e psicoterapeuta Luiz Cuschnir, os homens alfa têm que provar mais fortemente seu potencial frente às mulheres alfa. “E se são tratados por elas com superioridade, tornam-se homens irritados e constrangidos. Podem se sentir mais fracos e terem atitudes exacerbadas de agressividade e serem mais competitivos com elas”, aponta Cuschnir, que coordena o Gender Group do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicinha da USP, e o Centro de Estudos da Identidade do Homem e da Mulher-IDEN.
Porém nem todo homem sente-se ameaçado frente a uma mulher alfa. Muitos já se acostumaram com essas mulheres poderosas e conseguem ou criar parcerias criativas ou então entrar em uma competição saudável. É o exemplo de Clarck, casada há 13 anos e sócia de seu marido. Ela afirma que durante todo o tempo de trabalho junto, nunca houve disputa de poder entre os dois. “Os homens bem resolvidos e inteligentes enfrentam com naturalidade e sentem orgulho das parceiras que brilham no mercado”, aponta.