Maternidade

Entrevista concedida à Folha de S.Paulo – 06/2011

“Nos meus trabalhos e estudos, verifiquei que a maternidade atualmente fica confortavel quando ocupa um espaço de aproximadamente 30% na vida de uma mulher moderna. Ou seja, cai por terra a idéia de que só sendo mãe que faz uma mulher ser completa (ou se sentir completa).

Obviamente que algumas mulheres buscam a plenitude na maternidade e que a maternidade dá sim essa sensação de completude. A mulher que opta em não ter filhos deve ter essa decisão tomada ativamente e não como o que restou quando tentou não deu certo. É uma decisão que deve ser tomada de forma amadurecida, quando há uma certeza de que se está priorizando outros projetos, sejam profissionais ou pessoais, e incluindo aí questões de ordem física ou emocional.

Ao mesmo tempo que há a revisão da real necessidade dela se realizar na maternidade, a sociedade ainda impõe uma pressão nas mulheres para serem mães (e muito dessa pressão vem das mulheres), mas a mulher madura consegue usar essa pressão como subsídio para analisar suas próprias decisões.

E, por fim, existe a questão do arrependimento posterior por não ter sido mãe. Ninguém consegue prever e acertar seu próprio futuro. Se ela hoje toma a decisão de não ser mãe e daqui um tempo quer ter um filho, existem possibilidades (algumas médicas) de conseguir levar esse projeto à frente. Agora, se tem um filho e se arrepende por ele vir a atrapalhar seus planos profissionais ou pessoais, aí tem que encarar que é um caminho sem volta. E de muita responsabilidade. Um filho é para sempre e não pode ser colocado de volta na barriga.”

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