Entrevista para A Tribuna de Santos (Mauricio Martins)
Entre 40 e 50 anos as pessoas estão na meia idade. Ou seja, boa parte da trajetória foi cumprida, mas ainda há praticamente o mesmo período para viver. Nessa fase, é natural que mudanças ocorram no corpo.
E a mente não fica para trás. Tudo o que vivemos fica registrado em nosso cérebro – um repertório que vai balizar futuras decisões e que também controla (ou descontrola) as emoções.
AVANÇOS
O médico psiquiatra e psicoterapeuta Luiz Cuschnir, coordenador do Grupo de Gêneros do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), lembra que a depressão já foi vista com pouca importância. “Antigamente era uma doença dos fracos, da mulher, e os pacientes eram tratados de forma menos abrangentes. Associá-la ao feminino e identificá-la como fraqueza estigmatizava a mulher e abandonava o homem no seu sofrimento”.
Segundo o especialista, que chefia um serviço de atendimento a casais, alguns tipos de relacionamento também podem favorecer a doença. “Pode-se observar como estão imbricados (ligados) os conflitos de relacionamento com o desencadeamento de quadros depressivos”.
O psiquiatra Luiz Cuschnir afirma que rompimentos conjugais e relacionamentos longos que não são saudáveis geram quadros depressivos que podem levar a doenças físicas. “Todos os sentimentos que envolvem um desequilíbrio emocional podem propiciar doenças. Não há como comprovar cientificamente a incidência do câncer, mas sabe-se que condições psíquicas favoráveis ajudam ao paciente na cura dessa doença.