Mais de 50 – 20/01/2012 – Illana Ramos
Especialistas falam sobre a chegada da maturidade e suas vantagens
Envelhecer não é nada fácil. Alguns dizem que envelhecemos desde o momento em que nascemos, porém outros afirmam que o processo de envelhecer se dá bem mais tarde, lá pelos 50 anos de idade. Nos dias de hoje, com a ciência e a tecnologia dando um empurrãozinho, envelhecer pode e deve ser prazeroso. E para que a teoria se aplique na prática é preciso entender melhor aquilo que todos costumam chamar de “a melhor idade”.
Menopausa, oscilações de peso, problemas de saúde, rugas, a chegada da aposentadoria. Será que envelhecer é mesmo tão ruim como dizem? Quem responde é o psiquiatra e psicoterapeuta Luiz Cuschnir. Segundo ele, “se olharmos do ponto de vista do amadurecimento e com um pouco de otimismo, não é ruim não. Por outro lado, ao utilizamos o termo envelhecimento, estamos caracterizando um estado que é o oposto ao rejuvenescimento, que pode ocorrer parcialmente e se a pessoa se dedicar a isso para atingir algumas metas. Enfim, para não olhar somente para as coisas ruins do envelhecer, é preciso ter uma tolerância pelos incômodos de tudo isso, e enxergar aonde se pode estar empatando ou ganhando do o envelhecimento”.
Como tudo na vida, portanto, o envelhecimento tem também duas facetas: uma boa e uma ruim. O que varia muito é qual delas queremos olhar. O que tenho procurado mostrar é que não é só isso, que tem muita coisa positiva. E como as pessoas têm muito medo do envelhecimento, não conseguem enxergar algumas vantagens de envelhecer. A maioria das mulheres na faixa dos 50, por exemplo, se sente invisível, diz que não recebe mais tantos elogios e não se sente mais desejada. Entretanto, algumas mulheres conseguem vencer essa ‘miséria subjetiva’ e têm uma vida amorosa, profissional e social excelente”.
Uma das maiores dificuldades de quem chega aos 50 anos hoje – especialmente mulheres – é tirar o foco dos detalhes e aprender a olhar para o “todo”.
Mulheres com mais de 50 podem, sim, ser muito interessantes e desejáveis. Isso vai depender somente dela. Luiz argumenta dizendo que “quando elas encontram a sua feminilidade, sabem como expressá-la, integram o que estava fora de lugar, tornam-se mulheres muito interessantes e desejadas por homens, até das mais variadas idades. Em geral, no entanto, ela está contida, cheia de ‘nãos’, impedida de viver a sua vida mais plenamente. É flagrante como se apresenta visualmente para o mundo de uma maneira diferente. Não é impossível uma mulher que não era tão bonita quando jovem passar para a maturidade muito melhor e mais feminina. Da mesma forma a vitalidade, que podia estar comprometida na juventude pelos problemas que tinha e ao se realizar como mulher, se torna muito mais ativa e engajada na vida”.