Como Transformar seu paquera em namorado(a) firme

Entrevista concedida ao Diário da Região

Diário da Região: Qual o problema de homens e/ou mulheres que “ficam”, mas não assumem o romance como namoro?

Luiz Cuschnir: Problemas podem ser muitos, variando com as experiências de cada um, anteriores. Necessitam ter relacionamentos que não os sufoquem, ou têm medo de perderem a identidade num relacionamento, querem continuar com tempo para trabalhar ou dedicarem-se a outras atividades como esportes ou família etc.

Diário da Região: Qual é o drama em ficar sozinho(a)?

Luiz Cuschnir: O drama é não ter com quem acompanhar a própria vida. Não ter ninguém para dar satisfações ou comemorar conquistas. Para quem mora sozinho, acaba não tendo com quem conversar ao longo do dia, em que não está trabalhando. Se for mãe, ou pai, separados, não tem com algum adulto um convívio. Quem mora com a família de origem, a sensação de que não deu certo, que ainda é filho(a), que não tem condições de tornar-se um adulto pleno.

Diário da Região: Por que homens e mulheres estão sempre em busca de “alguém”?

Luiz Cuschnir: Para tentar reproduzir a família, um conceito que está arraigado com a noção de sucesso. Querem sem dúvida ter um relacionamento físico/sexual, poder trocar palavras e gestos de expressão amorosa. Há também uma massiça invasão de imagens pela mídia escrita, falada etc de envolvimentos afetivo interessantes e plasticamente belos, que ficam no imaginário de cada um.

Diário da Região: E por que muitas vezes quando estão juntos querem sair – como muitos homens casados que falam das suas mulheres e vice-versa?

Luiz Cuschnir: Você diz trair, ou ter uma relação extraconjugal?

Se for, tem a ver com a condição humana de buscar mais, se complemanter de outras maneiras, se testar etc.

Diário da Região: Muito se fala que o “mercado está escasso”. Seria o mercado escasso, ou as “técnicas” de conquista e aproximação que estão falhas?

Luiz Cuschnir: Nem vejo tanto as técnicas mas a vida cada vez mais exigente, mais compromissos, mais desafios que impedem que as pessoas se dêem chances.

Diário da Região: Qual a importância da autoconfiança para se iniciar um relacionamento?

Luiz Cuschnir: Se alguém não tiver se sentindo bem do jeito que é, de alguns pontos de estrema segurança, de orgulho do que faz, do que tem, do que pensa, vai se sentir muito humilhado pelo outro.Situações tão assiméricas não configuram uma relação sadia.

Diário da Região: É verdade que uma das premissas para se dar bem em um relacionamento é necessário estar bem consigo mesmo?

Luiz Cuschnir: Se a pessoa não se conhece suficientemente, fica insegura. Se não sabe se colocar na relação fica engulida pelos conceitos do outro. Se não tem satisfação pelo que ela é, vai se rebaixando ao outro, não tem o que oferecer, não estará contribuindo para a ampliação do relacionamento.

Diário da Região: O local onde se busca o novo namorado (a) conta?

Luiz Cuschnir: Sim pois vai marcar sempre na relação futura. Será facil lembrar que encontrou o outro lá, e tudo o que simboliza este “lá”. Isso se não já indicar inicalmente quem é a pessoa que está neste lugar, se houverem preconceitos em relação a ele.

Diário da Região: Até onde a pessoa interessada deve esperar pelo telefonema da outra?

Luiz Cuschnir: A adequação é sempre importante. Deve-se deixar claro o interesse pelo outro, e ao mesmo tempo saber que há pessoas muito tímidas que não se sentem seguras em telefonar e buscar o outro, como há pessoas que se incomodam muito em serem pressionadas, ou tem “alergia” a invasões ou pessoas insistentes.

Diário da Região: Quais as vantagens em destacar as próprias qualidades para o outro sem parecer narcisista demais?

Luiz Cuschnir: Não há necessidade de se fazer de “o bom”, mas deixar o outro o conhecer, saber das coisas que para si são importantes, que compõem quem ele(a) é, o que faz, o que se interessa.

Diário da Região: O que as pessoas que querem iniciar um relacionamento firme devem fazer? Acredito que não exista uma fórmula mágica, mas podemos dar dicas?

Luiz Cuschnir:

    • Ser claro mas não totalmente, sem saber o quanto pode ser ou não aceito pelo outro.
    • Ser sincero mas não excessivamente (amor constroe-se com fantasias também).
    • Não se entregar fisicamente ou emocionalmente logo de cara. Isso já demonstra um sinal de inadequação, ou até conflitos relacionados a carências afetivas que serão rechassadas ou mal interpretadas.
    • Se interessar pelo outro, tendo um balanço em se colocar e perguntar, saber do outro e se apresentar.
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