Entrevista concedida ao Diário da Região
Érica Avelar: Uma pessoa com mania de doença bem leve, apenas um exagero feminino, em fase de TPM, por exemplo, pode ser considerada hipocondríaca?
Luiz Cuschnir: Em hipótese nenhuma. Hipocondria faz parte de um diagnótico médico-psicológico e implica em um comprometimento maior de várias funções do organismo psíquico e muitas vezes com um grnde componente físico. é claro que com o fortalecimento de mecanismos de controle emocional que dependem de um bom desenvolvimento psicológico e de maturidade emocional, podem facilitar o como lidar com a TPM, por exemplo.
Érica Avelar: Até que ponto isso não é uma doença?
Luiz Cuschnir: “Mania de doença bem leve” pode estar indicando outros aspectos do mundo psicológico da pessoa, que se manifesta com queixas físicas, medos de doenças, quadros de instabilidades psíquicas e físicas. Não podemos denominar doença.
Érica Avelar: é mais comum em mulheres?
Luiz Cuschnir: Nem sempre. Sabe-se o quanto homens ficam extremamente inseguros e desorganizados quando doentes fisicamente, e exagerm muito o que sentem. Mulheres podem associar com outras doenças que fazem parte do seu cotidiano, ou até siuaçoes do seu ciclo hormonal, e aí colocarem ênfase dando a noçao de que são hipocondríacas, mas só como um jargão leigo, não médico.
Érica Avelar: Porque? Qual o tratamento mais indicado?
Luiz Cuschnir: Desenvolver-se melor emocionalmente é sempre a melhor indicação. Saber por onde começa este comportamente, suas origens, como foi ensinado, estimulado, e para que serve mais profundamente, em um boa psicoterapia, que chege a este âmago, será a melhor indicação terapêutica.
Érica Avelar: O que pode causar isso?
Luiz Cuschnir: é generalizar muito dizer que a carência afetiva provoca a mania de doença. Há tantos aspectos que envolvem isso tudo. Muitos cresceram sendo estimulados a serem asim. Aprenderam que recebe amor é através de ficarem doentes. Outros que devem sempre se cuidar e perceber o que está errado fisicamente. Outros sentem-se sós e acabam somatizando isso. Etc, Etc.
Érica Avelar: Carência afetiva? Necessidade de chamar a atenção?
Luiz Cuschnir: Nem sempre a pessoa tem orgulho disso. Sente-se diminuída em estar doente. Passível de críticas. Náo sabe o que fazer e quanto mais tenta se segurar, mais doente fica. Ou pelo menos se sente mal e acaba dando a impressão que está doente. Em outras, está muito deprimida, e o sintoma que mais aparece é essa mania, mas o quadro é bem mais grave.
Érica Avelar: Tem algum caso interessante para relatar?
Luiz Cuschnir: Todos quadros de depressão, maior ou menor, implicam em um somatória de sintomas que em um primeiro momento podem parecer mania de doença. Descrevo em vários livros meus isso.
No meu último livro “Os Bastidores do Amor – Sentimentos e Buscas que invadem os nossos relacionamentos” faço muitas associações com esse tema.
Descrevo também no “A Relação Mulher & Homem – Uma história de seus encontros e diferenças” um homem que após ser deixado pela mulher após muitos anos de casados, vai parar em uma UTI cardiológica.