Artigo inédito – Luiz Cuschnir
Ninguém duvida que a televisão é o mais influente dos meios de comunicação de massa e desde algum tempo, ela tem sido objeto de estudos, especialmente nas áreas que a relacionam como fonte de influência sobre as pessoas e sobretudo, na criança.
Criança e TV formam um binômio. Uma constatação justificada por muitos fatores, grande parte deles fruto da sociedade moderna. é difícil imaginar uma casa com criança sem imaginá-la absorvida pelo mundo que desfila na tela.
Uma das mais graves distorções que a TV passa, vai se refletir no campo das emoções. Quem cresce com a educação desse veículo, aprende o amor de uma maneira fantasiosa. A vida real não é tão benévola quanto a fictícia apresentada nele: o happy end na realidade é difícil, mas a TV ensina que é sempre possível.
Um outro risco é a criança receber tudo de forma muito passiva, sem interferir em nada, sem desenvolver argumentos para conseguir alguma coisa, o que é muito diferente do que ocorre na sua família ou na sua escola. Diante da televisão, basta que veja, que percorra o olhar: tudo está ali, pronto; e o que é pior, do modo com que outros querem que ela veja. A televisão fala para você mas não permite uma resposta do telespectador.
Se a TV não exige dela uma decisão nem o poder de concentração ou disciplina, o que dizer dos reflexos na postura física? A criança vai ficando largada, escorregando cada vez mais no sofá, parada. E a criança foi feita para estar em movimento. Além disso, passar muito tempo ligado à televisão faz com que os jovens tendam a desenvolver maus hábitos alimentares, como consumir mais refrigerantes, batatas fritas, pipocas e outras guloseimas.
E as excessivas cenas de violência que o telespectador fica exposto a qualquer hora do dia nos mais diferentes programas? Não importa se é um desenho animado, um filme de sessão da tarde ou uma novela no horário nobre. Todos podem apresentar um tempêro demasiado ácido ou modelos de relacionamento extremamente violentos, distorcendo o que se espera de uma educação com respeito e consideração ao próximo.
É impossível ignorar o caráter excessivamente consumista da televisão. Quantos desejos e instintos despertados ou estimulados pelos comerciais ou por cenas inofensivas dos nossos programas preferidos? As propagandas exploram nossas fraquezas e o jovem é muito sensível ao apelo dos comerciais de produtos que dão status – tênis de grife, roupa da moda, artigos importados etc. Concluindo, é preciso estabelecer limites para o tempo das crianças reservado diante da TV e de avaliar a escolha dos programas vistos por elas, para que não fiquem prejudicados o mundo da fantasia e da imaginação, dons preciosos a serem desenvolvidos da infância.