Entrevista concedida à Revista UMA – Teste da Edição de Abril 2005
Melissa Fernandes: Bom, vamos falar na matéria sobre por que algumas mulheres não conseguem ter relacionamentos sérios e duradouros. Gostaria de traçar os perfis de mulheres que se encontram solteiras e o que elas podem fazer para mudar de atitude e se tornar uma candidata a ter uma relação estável e feliz.
Pensei nessas cinco mulheres, mas se o senhor achar que existem outros estereótipos, por favor, complete a lista. Gostaria que além de completar a descrição dela, ou o diagnóstico, que o senhor desse uma sugestão de “cura”. O que cada uma delas pode fazer para mudar sua postura e tentar ser feliz no sentido amoroso.
A enclausurada:
Aquela mulher que não sai de casa e não se dá chances de conhecer pessoas novas.
Luiz Cuschnir: Ela só pensa em cuidar da mãe ou dos filhos, como se o mundo protegido estivesse lá. Tudo que vem de fora dele é desinteressante, ou pode colocá-la em cheque. Também só convive em família, com pais, irmãos casados ou não, freqüenta ambientes que a protegem dos homens. Pode também estar envolvida em uma dedicação a uma determinada religião ou credo. Também só se relaciona com o mundo mais estéril do ponto de vista da sexualidade possível.
A única possibilidade é ela se conscientizar de que tem que se abrir para ambientes onde possa surgir algum candidato. Acreditar que pode encontrar alguém, que vai necessariamente ser diferente desse pessoal todo com quem ela convive e pode aprender muita coisa desse relacionamento.
A fechada:
Aquela que sai de casa mas não tem a menor intenção de conhecer ninguém. Tem sempre uma postura fechada, não se arruma para sair e que não quer que ninguém se aproxime. Que imagina que o amor vai bater na sua porta.
Luiz Cuschnir: Não se cuida para se vestir, maquiar, corte e cuidados com o cabelo. Só se dá com pessoas que podem impedir novos contatos com homens possíveis de iniciarem algum relacionamento. Muitas vezes são homens gays ou encalhados, esquisitos, que nunca vão namorar nenhuma mulher que aparecer. é blindada.
O círculo social tem que mudar. Procurar no ambiente de trabalho, frequentar lugares que possa aprender o que está ocorrendo no mundo feminino mais fashion e se interessar por ele. Passar a investir em tempo e economicamente nisso. Perceber que ir na academia pode fazer amizades que podem mudar o círculo social e depois abrir para novos encontros afetivos.
A propaganda enganosa:
Aquela mulher que se produz toda, chama muito a atenção, adora se sentir desejada mas dá o fora em todo homem que tenta se aproximar
Luiz Cuschnir: é aquela que se acha, escolhe muito, determina uma faixa muito restrita para poder se interessar. Pode estar fixada em uma relação anterior que considera ideal. Nada lhe interessa, inflexível, por vezes até antipática e superficial ao contato. Está totalmente voltada para si, para sua performance, não está interessada no que o outro faz ou tem para oferecer. Pode até ficar reclamando que não há homem na praça.
Baixar um pouco a crista, parar com esse negócio de “se achar”. Tem muita gente boa, quem sabe até melhor que ela. Desapegar-se desses conceitos e partir para aventuras, pesquisas e “entrevistas”, quem sabe várias com o mesmo homem, até conhecê-lo mais (sem preconceitos, é claro).
A metralhadora:
Aquela que é atirada, fica com o primeiro que aparece e despensa logo no dia seguinte.
Luiz Cuschnir: Não percebe que está fazendo a sua própria caveira. Não percebe que homem insiste mas não fica com mulher tão fácil, e que ela também não discrimina com quem está saindo. Por isso dispensa logo, como se ela quisesse aproveitar sempre a quantidade e não a qualidade. Foge de todos achando que vai cair em uma “roubada” e vai se prender.
Se segurar que o mundo não vai acabar amanhã. Entender mais do que está fugindo e acreditar que pode se sentir recompensada com alguém que acompanhe a sua vida e não será um repressor da sua liberdade. Leve em consideração que os homens não são confiáveis a respeito do sigilo da freqüência e lista das mulheres com quem saem. Não carregue a bandeira da mulher avançada.
A apressada:
Aquela mulher que na primeira vez com um cara já o assusta, perguntando sobre filhos, idealizando o casamento.
Luiz Cuschnir: Em geral fala muito, pode fazer a análise terapêutica dele, dá um monte de palpites que ele nem pediu, enfim não está querendo escutá-lo. Toca em assuntos sem o menor “desconfiômetro”. Não percebe que homem precisa de privacidade em seus assuntos. Já dá a entender que só se envolve se tiver certeza que ele “é sério”.
Aprender a falar menos e escutar mais. Deixá-lo falar mais superficialmente na fase de conhecimento, mesmo que tenham intimidade física e até sexual. Levar em conta que ele só a está conhecendo e que isso pode levar para ele muito tempo. E, é claro, que ele já teve muitos desastres afetivos, portanto não vai se jogar nos braços dela, muito menos em um compromisso sério.
Luiz Cuschnir: Mais 2 tipos:
A azarada:
Só dá fora, fala coisa errada, na hora errada, Está sempre fora do que o ambiente espera de uma mulher para aquela situação. Acaba ficando com o homem que vai dar “golpe” nela, gruda, explora, mente, um atrás do outro. Já perdeu alguma coisa com cada um que passou pela vida dela. Parece que busca um “fria”. Até todo mundo percebe mas ela é inocente e acredita que desta vez vai dar certo.
Precisa dar um tempo e conseguir ficar sozinha um pouco, sem se apavorar. Ouvir mais as amigas, perceber como elas fazem, só entrar em um relacionamento depois de muito conhecimento pois deve ter “imã” para esse tipo de sujeito.
A fantasiosa:
Está esperando um que é rico, vai suprí-la em tudo que deseja e precisa, além de protegê-la de todo mau do mundo. Além de tudo é bonito, charmoso e supereducado. é o verdadeiro “príncipe no cavalo branco”. Acha que o que vê nos filmes e histórias é realidade. Acredita mesmo que dá para se ter uma vida sexual intensa e esteticamente perfeita. Que ele vai sempre estar “vidrado” nela.
Parar de ver um pouco novela, olhar um filme sabendo que é só uma fantasia de alguém que também nunca conseguiu atingir o que filmou. Que por detrás do amor, há “Os Bastidores do Amor – sentimentos e buscas que invadem os nossos relacionamentos (e como lidar com eles)” – meu último livro.