Por que meu marido não vai embora?
Estou casada há 23 anos. Meu marido não liga pra mim. Já me disse que não gosta de mim. Nunca gostou, mas casou assim mesmo. Não gosta que eu o acompanhe em nada. Não deixa que eu participe de sua vida profissional. Não fala comigo a não ser o estritamente necessário. Só não entendo porque não sai de casa. Será medo de perder as mordomias, já que eu cuido de tudo em casa como se fosse sozinha, uma vez que não posso contar com ele nem mesmo quando estou doente? O que ele pretende?
Luiz Cuschnir: Vamos começar por uma afirmação intrigante que você faz: ele nunca gostou de você, mas casou assim mesmo. Estranho, não é? Dizendo isso, e sabendo que sua dúvida seria publicada aqui, você expõe os graves defeitos dele. Mostra como ele é mau, egoísta, desumano e outras coisas do gênero. Mas as leitoras podem ficar com outra dúvida:
“E ela: como foi que entrou nisso? Para quê? Que barco furado!”
Seu caso permite diversas perguntas. E tem também várias possibilidades de resposta. Vou dar algumas aqui: Pode ser que ele tenha essa maneira de se relacionar há muito tempo, desde antes do casamento, quem sabe de uma maneira menos aparente. Você deve ter percebido de alguma forma. Pode ser que ele também já tinha vontade de se unir a alguém que cuidasse dele, sem lhe exigir dedicação. Conversar, mesmo que só de vez em quando, não fazia parte dos planos dele. Ainda mais com alguém com quem ele acorda, faz as refeições, dorme junto. Alguém que vê todos os dias, inclusive nos finais de semana. Claro: um homem assim pode ter grandes deficiências afetivas. Mas a reflexão mais importante é a que aponta para o seu lado. Por quais motivos você está aí, no seu cativeiro? Por que entrou nesse espaço, nesse cubículo sem luz, comida, liberdade para o seu desenvolvimento pessoal? Essas são as questões que você precisa de fato tentar responder.
Meu namorado não tem orgasmo transando
Namoro há um ano e meio e, desde o começo, percebo que meu namorado tem uma tremenda dificuldade de ejacular. Ele se excita fácil quando estamos juntos, percebo que tem desejo por mim, mas sinto que essa dificuldade atrapalha um pouco nosso namoro. Não gosto de falar sobre o assunto com ele porque tenho receio de pressioná-lo ainda mais. Para ter uma idéia, até hoje ele conseguiu ejacular apenas duas vezes durante a transa. As outras foi só pela masturbação. Segundo ele, essa é uma dificuldade antiga, mas isso me deixa insegura. Como posso ajudá-lo?
Luiz Cuschnir: Ana Paula, se ele revelou que a dificuldade em chegar ao orgasmo durante a transa é antiga, pode ficar sossegada: não há nenhuma culpa sua nessa história. Talvez ele fique um tanto constrangido ao seu lado, seja porque você conhece o problema dele, seja por fazê-lo lembrar de situações semelhantes vividas no passado. Isso tem a ver com você, mas também não é culpa sua.
Sobre o problema em si, vale ressaltar que alguns medicamentos antidepressivos costumam provocar esse efeito colateral nos homens: mesmo muito excitados, eles não conseguem ejacular. Se o seu namorado toma esse tipo de remédio, sugira a ele discutir o assunto com o médico. Caso ele não faça uso de medicamentos assim, descobrir a causa pode ser mais difícil. Você vai precisar ter muita paciência, delicadeza para chegar perto ou até para se manter em um silêncio observador, pois essa é uma área reservadíssima e de alta tensão para ele.
Pergunta: Diga-me o que me falta? O meu problema é que não consigo me fazer gostar. Tenho a impressão que as pessoas não gostam de mim. Não tenho amigas. Nenhum dos rapazes com quem tentei namorar, gostou de mim. Mesmo quando fiz de tudo para ser interessante, mostrei-me amável e compreensiva. nunca dá certo.
Nunca tive um namorado que durasse mais de 2 meses.
Não sei o que fazer. Tenho 37 anos e quero viver um grande amor… todos os homens fogem de mim. meu tempo está se esgotando e nada acontece. E não é só isso, estou desesperada por que quero ter um filho. Mas não tenho uma pessoa que queira ser o pai.
Dr., o que posso fazer para aprender a me relacionar com as pessoas??
Luiz Cuschnir: O que posso dizer a você? O que falta a você é difícil eu comprender. Podem ser tantas coisas…
Se não houve nenhum namoro que durou é porque alguns até começaram. Pode ser que você realmente não consiga perceber o que ocorre na vigência de um relacionamento.
Só posso te orientar procurar um bom terapeuta, preparado, responsável e que possa te ajudar a perceber o que ocorre.
Há vários exemplos de histórias de homens que podem te ajudar a conhece-los no meu livro”Homens sem Máscaras – Paixões e segredos dos homens”.
Outros casos também descritos em personagens do livro “A Relação Mulher & Homem – Uma história dos seus encontros e diferenças” podem te ilustrar um pouco. Ambos são da editora Campus.
De volta com o ex-marido
Há um ano e meio, me separei do meu marido, após onze anos de casada. A decisão foi minha, pois nosso casamento tinha perdido o encanto. Quando nos separamos, fiquei muito bem. Mais disposta, comecei a sair mais, aproveitava os fins de semana sem as crianças (temos dois filhos) para ir a festas. Conheci outros homens e, com um deles, tive transas muito boas, mas esses relacionamentos não foram frente. Depois de um ano, comecei a me sentir muito sozinha e entrei em depressão (tive até de tomar remédio). Há dois meses, voltei a sair com meu ex-marido e estamos nos entendendo. Mas estou confusa: como posso estar feliz hoje com o mesmo homem que, há um ano e meio, me fazia infeliz? Será que devo investir de novo nessa relação?
Luiz Cuschnir: é mesmo muito difícil estes momentos de separação conjugal. Há muitas pessoas que tem esse comportamento logo após a separação. Sentem-se aliviadas. é freqüente sentirem-se muito bem, como se tivessem tirado um peso de cima de suas costas. Vão passando por irritações, depois com ravia e dúvidas e arrumam forças para “cometer” a separação conjugal. Utilizo este termo “cometer” porque precisa-se ter muita coragem para romper dentro de si uma proposta ou um sonho de vida. Mesmo que tenha havido incerteza ou não na hora de se casar, sempre há uma espectativa que dê tudo certo. Ninguém casa para não dar, mesmo com essas incertezas.
Bom aí começam a surgir o desejo de acabar com este sonho. Já não está satisfazendo mais, ou porque a pessoa quer mais, ou porque o que tem já vai mostrando que errou, não era a pessoa que conhecia, no caso o teu marido. Pode também ter ocorrido uma ou mais decepções.
A série de tentativas que você fez para reconstruir dentro de você o vínculo afetivo que queria não deu certo também. Ou por causa do outro ou por você mesma não ter entrado em sintonia, mesmo que tenha tido transas com esta nova pessoa. Você ficou mais apta pra reconhecer o que é sonho e o que é realidade. Querendo ou não você descoriu novas coisas, mesmo dentro de você.
Utilize este novo arsenal para ver se voltou o sonho ou há realidade no que está acontecendo com este reatar com este seu ex-marido.
Pergunta: Tenho apenas 50 anos e meu marido 48. Somos muito felizes e nos damos muito bem, mas não quero mais ter relações com ele, pois perdi totalmente a vontade (a rotina, o cansaço do dia a dia devem ser uma das causas desse desinteresse). Se eu quiser, transo com meu marido o dia inteiro, mas não quero. Isso é psicológico? Creio que não, pois sou muito bem resolvida e levo uma vida feliz ao lado do meu marido. Será problema físico?
Luiz Cuschnir: Parece que o relacionamento te deixa muito feliz. Bom para você. Mas deixa te contar. Além disso há uma outra pessoa envolvida nisso: o teu marido. Ele pode também estar sossegado, cheio de rotinas e responsabilidades com a família etc. E também pode estar guardando uma série de dúvidas e insatisfações que não vai dizer a você, nem quer ou desiste de “malhar em ferro frio”, sem chance de ser atendido. Muitas vezes o homem guarda o que sente, vai se acostumando com as situações que o incomodam muito, até para esquecer o que não consegue mudar. Pode estar cansado de batalhar a transformação do relacionamento conjugal e prefere o armistício, a bandeira branca de “chega de guerrear”. A mulher pode ter se mostrado impenetrável, e essa atitude empurrá-lo mais para o seu silêncio.
Será que ele é muito imaturo para mim?
Eu tenho 46 anos e me relaciono com um rapaz de 30 anos. Me sinto superjovem, me arrumo bem legal, freqüento lugares maravilhosos, mas esse rapaz é um pouco mulherengo. Só que, quando ele está com algum problema, logo me procura para ajudá-lo e pede conselhos. Gosto dele, mas acho que ele ainda não está suficientemente maduro para assumir qualquer relacionamento. Estou certa? Ele era noivo de uma moça que bagunçou a cabeça dele e ainda assim continua gostando muito dela. Fico insegura com isso, apesar de ele não ter me prometido nada e eu também não.
Luiz Cuschnir: é muito difícil alguém dar um conselho para alguém. Imagino que você deve ter vontade de pedir que te ajudem a decidir, ou já o fez com alguma amiga ou parente que você confia. Mas a tua vida, ninguém consegue saber o que fazer melhor que você. Mas vou te dar alguns elementos para pensar a respeito. Ele tem 16 anos menos que você. O que será que ele espera em relação a constituir uma família? Você quer constituir uma e ter filhos (ou outros, se já tiver)? Ele estando ou não suficientemente maduro, está encarando o relacionamento visando uma vida compartilhando responsabilidades? E você, que diz não ter prometido nada, o fato de estar me escrevendo, não mostra que você tem medo que ele a deixe?
Se você pensar, e responder essa questões, vai conseguir decidir o melhor caminho a seguir.
Como lidar com o ciúme dele?
Namoro há cinco anos e o ciúme dele me faz muito mal. O amo e não quero deixá-lo. Ele até que tenta me ajudar, pois geralmente é doce e bom, mas isso me confunde, pois, repentinamente, volta a ser duro e injusto. Depois se mostra arrependido novamente e tenta me convencer que deseja mudar. Outras vezes, faz com que pareça que a culpa é minha. Retruco, converso, luto para mostrar que nosso relacionamento pode ser melhor, mais leve e seguro, porém estou cansando. Sofro de um jeito ou outro. O que fazer?
Luiz Cuschnir: é claro que você sofre. Quem não sofreria se tivesse ao mesmo tempo amor e medo. Falo muito disso neste meu último livro dos “Bastidores do Amor”. Uma pessoa que se entrega a outro com o amor que você descreve, deve se preocupar com a dependência excessiva, com a incapacidade de relaxar durante o realcionamento, com a inconstância excessiva do parceiro etc. Por mais que você tente, não vai conseguir muita coisa melhor do que já fez. Aproveite esses momentos de arrependimento dele, onde ele está mais frágil, e exija que ele procure um psiquiatra para tratar o descontrole dele, o ciúme doentio. Ele precisa ser medicado. Depois, não se esqueça, e insista que ele faça uma psicoterapia com um bom profissional, que pode ser o mesmo psiquiatra ou um psicólogo. Não adiantará primeiro procuara um tratamento psicológico sem antes ele ser tratado com medicações adequadas.
Problemas com os filhos dele
Tenho 38 anos, sou separada e não tenho filhos. No começo do ano, conheci um homem que também é separado e tem dois filhos adolescentes: uma moça de 15 e um garoto de 13 anos. Não consigo ter um bom relacionamento com os filhos dele. A menina me esnoba e me desrespeita. Não faz nada que eu peço, nem coisas simples como me ajudar a pôr a mesa do almoço. Já o garoto é muito influenciado pela irmã. Quando está só ele, me trata bem. Mas quando ela está por perto, ele também banca o rebelde. Tenho medo de casar e não conseguir me impor para os filhos dele, que ficam com o pai um final de semana sim o outro não. Já cheguei até a pensar em terminar o namoro por causa disso. O que eu devo fazer?
Luiz Cuschnir: é muito difícil conciliar o amor e o convívio com a família de uma outra pessoa que já tem uma outra forma de lidar com o relacionamento entre eles, com os filhos dele. Mesmo que a relação com o namorado posse ser muito boa, não significa que o mesmo vai ocorrer com os filhos que podem estar com traumas da separação dos pais. Tente resolver essa abordagem a eles com ele que é pai deles. Eles tem sempre a impressão que você vai tira-los do pai. Deixe eles terem a possibilidade de estar com o pai deles quanto eles precisarem. Também não queira tratar a filha dele como se ela fosse a sua filha. Pedir coisas a ela pode significar que você está querendo ocupar o lugar da mãe.
Torpedo: Meu companheiro recebeu um torpedo pelo celular, agradeçendo a maravilhosa noite que teria passado com alguma mulher. Ele me mostrou e disse que não sabia o que era aquilo. Como confiar?
Luiz Cuschnir: A primeira coisa que você deve se perguntar é se a possibilidade de ter ocorrido realmente essa “maravilhosa noite”.
Muitas vezes, conhecendo ou não vocês, pessoas que se divertem às custas de imaginarem como outras ficaram incomodadas passam horas criando situações deconfortáveis aos outros. Depois, preste bem atenção se é mesmo viável que ele tenha passado uma noite com outra mulher. Algumas vezes, a situação é tão absurda que só se ele fosse um clone dele mesmo, ele poderia estar em dois lugares ao mesmo tempo.
E para finalizar, confiar não depende somente do que você ouve, mas do que percebe quando está realmente envolvida com ele. Preste atenção nele, não o persiga, seja a melhor mulher que você puder. Fora isso, não adianta querer controlar o incontrolável.
Por que ele escondeu que não podia ter filho?
Gostaria de saber quais os motivos que levam os homens, principalmente os maridos, a esconderem segredos das esposas por muitos anos.
Eu, por exemplo, praticamente vivi pensando que não conseguia engravidar por causa de minha obesidade, porém depois de 18 anos descobri que ele é que tem problema de mobilidade dos espermatozóides, sem falar que ele sempre declarou que nunca desejou ser pai. E agora que já tenho 48 anos e não posso mais arriscar a ter um filho ele resolve se tratar para fazer fertilização in vitro. Como fico?
Luiz Cuschnir: Que situação não? Quem pensa que com uma traição a mulher sofre só quando o marido sai com outra mulher, está enganado. Há muitas maneiras de se sentir passada para trás. Essa é uma delas. Um segredo não aberto em uma relação conjugal, pode ser muito agressivo para o outro. Há aí também uma ressalva: às vezes, não deve revelar algo que pode ser muito destrutivo para a relação. Há de se julgar cada caso.
Por outro lado, vou contar à você e todas leitoras: um dos temas mais difíceis que os homens tem para encarar são relacionados a esfera sexual. Muitas vezes até é difícil para eles mesmos entrarem em contato com isso. A fertilidade é um desses assuntos. Poder confessar a você deve ter sido extremamente doloroso para ele. Que tal você consultar o seu ginecologista e verificar a possibilidade desta gravidez se concretizar? Pode mudar a vida de vocês dois.
Pergunta: Tenho candidíase. Posso ter pego do meu namorado. Como devo agir? O que dizer pra ele? Será melhor esconder? Qual o seu conselho?
Luiz Cuschnir: Se tratar é a máxima, sempre. Ele não tem que aceitar numa boa. é difícil para ele entender isso. Naõ deve ser assunto dos dois. Procurar sempre estar bem, higiene pessoal e íntima é vital. Relações saudáveis, com a orientação do seu médico são imprescindíveis. O médico vai indicar a origem, a precaução em relação a ele. Não se trate com uma amiga ou farmacêutico cada caso é um caso.
Pergunta: Por que ela vive ameaçando terminar o namoro? Ela não sabe se gosta de mim mesmo ou só quer me manipular? O que devo fazer pra ela parar com isso?
Luiz Cuschnir: Cuidado para não se tornar um refém dela, manipulado, pois isso terá consequências na sua vida futura. Pode deixar marcas que vão complicar toda tua vida emocional futura. Se for muito difícil, procure uma terapia e trabalhe estas questões sem vergonha.
Pergunta: Li seu livro e achei bem interessante. Eu sou casada há 18 anos , tenho 43 e meu marido 39 e temos um filho de oito anos. Eu já fiz terapia duas vezes na vida e com pouca duração. Fiz pq precisei e amo conversar. Já meu marido infelizmente se nega a ir a uma psicóloga justamente pq com certeza precisa. Eu sou transparente e ele o oposto silencioso.
Luiz Cuschnir: Em um relacionamento a dois, devemos respeitar as diferenças e tentar conviver com elas da melhor maneira possível. Se para uns é muito fácil e agradável falar, para outros pode ser um movimento muito difícil, especialmente para homens, os quais apresentam maior dificuldade de pôr em palavras o que sentem. Não conheço seu marido, e com tão poucos palavras não posso afirmar nada de consiso sobre ele. Mas o fato de uma pessoa ser silênciosa não exclui que ela esteja escutando e compreendendo a situação.
Em muitos casos o silêncio também é uma resposta, devemos aprender a ouví-lo. Não sei qual o livro que você leu, mas falo um pouquinho melhor sobre isto em meu penúltimo livro: “Homens e suas máscaras” da editora Cultrix.Tenha boas reflexões…
é normal não querer mais transar com o marido?
Depois de 28 anos de casada sinto que o sexo com meu marido esfriou (na verdade, já não tenho mais vontade, desejo mesmo de transar com ele). Na verdade, cuido dele com enorme carinho, mas, para mim, hoje eu o vejo mais como um filho do que como homem. E, por outro lado, não saberia viver sem ele ao meu lado. O que devo fazer?
Luiz Cuschnir: Muitas vezes as pessoas como você leitora que esta nos escrevendo, acreditam ainda em crenças veiculadas na mídia em geral, em filmes, novelas e histórias glamurosas e fantásticas. Sempre é bom imaginar que se pode viver aquele amor, com aquele beijo, com a dedicação de um ou dos dois, aquele amor inquestionável. Isso tudo ocorre nos textos, nas telas e imagens que estão por aí. Com isso tudo, não preciso ampliar muito para atingirmos a esfera sexual. As relações infinitamente sensuais, imensas paixões, grandes malabarismos ou uma profunda entrega e encontro quase divino fazem parte do quadro que se apresenta e invade os nossos sonhos, olhos, ouvidos provocando sensações até físicas de satisfação.
Agora ha também aspectos psicológicos mais profundos que também invadem as pessoas, como conflitos anteriores (da história de vida), que se presentificam atrapalhando os relacionamentos. Não há dúvida que isso também ocorre na vida sexual.
Além disso também flutuações hormonais podem estar envolvidas. Necessitam de avaliações médicas e laboratoriais. Portanto há muitas possibilidades que podem estar influenciando este quadro que você nos apresentou.
Dá para ser só e feliz?
Gostaria que o dr. Cuschnir falasse sobre ser sozinha e feliz. Isso mesmo. Vivo muito bem como tal, inclusive desconfio que não sei me relacionar amorosamente ou nunca dei sorte (sinto que vivo melhor quando estou só). Por causa disso, sofro pressão enorme da sociedade, dos amigos, parentes e vizinhos, que fazem questão de não entender minha opção. Ficam até buscando razões “ocultas” para tal comportamento. Ando muito esgotada por conta disso. Como enfrentar melhor tal situação?
Luiz Cuschnir: Fique na sua, como dizem por aí. Saber dar o rumo para sua vida é a melhor indicação de que se está no ponto em que se quer ficar. Se isso é sua escolha, e ainda se sente melhor assim, não se preocupe. Como você tem relacionamentos, tenta e experiência, e quando está em um intervalo curto ou longo que te faz sentir melhor, é porque está ao mesmo tempo se desenvolvendo e avaliando o que é mais adequado.
Quanto ao que falam sobre razões ocultas, guarde os seus segredos para você ou os comunique para alguém que confie muito. Não ceda `as pressões e fofocas. Elas não serão suas companheiras quando necessitar resolver situações que você se meteu para atende-las cedendo em função de ser melhor vista. Cuide-se.
Marido não tem ciúme
Estou casada há quatro anos e ainda não tenho filhos. Gosto muito do meu marido e imagino que ele também gosta de mim. Só que ele não demonstra. E o pior: não esboça nenhum sinal de ciúme. Isso é o que mais me irrita. Eu até já fiz o teste de, ao sairmos, me vestir de uma maneira mais provocante para chamar a atenção de outros homens e ver como ele reagia – não mudou nada. Numa dessas vezes, ele até comentou comigo, na maior tranqüilidade, que um rapaz estava me paquerando. Será que ele não tem nenhum medo de me perder? é possível alguém gostar e não sentir ciúme? O que eu devo fazer?
Luiz Cuschnir: Começando pelo teu primeiro comentário de que faziam 4 anos que vocês se casaram, eu te perguntaria: você esperaria que esse tempo, de quatro anos, ou mais um pouco, ou menos um pouco, modificariam a vida de vocês dois? Esse é um tempo suficiente, ou preciso passar muito mais, para haver uma mudança em uma ou duas pessoas?
Lilian, você mudou, como deve ter ocorrido com ele. “O tempo passa, a vida continua”, mas nem sempre as pessoas percebem que o tempo passou. é que o tempo interno, o Chronos como chamamos, não acompanha o que ocorreu fora do nosso pessoal. Quantas vezes pensamos que o ano ou o mes “passou tão rápido…”. Falamos que nem vimos o tempo passar. Então, esse é o tempo interno, da nossa emoção, o tempo emocional.
Estou lhe falando isso para que você fique atenta que mesmo que a vida de vocês não mudou em certos aspectos como ainda não terem filhos, vocês mudaram. Você pode me responder: “Mas eu gosto dele do mesmo jeito que quando casamos”. Eu te respondo que não deve ser do mesmo jeito, pois hoje vocês já têm uma experiência de convívio de uma maneira que os afetou sem perceberem, ou melhor sem você ter percebido. Ele mudou também. Há muitas responsabilidades e preocupações que podem estar rondando pela intimidade dele que você nunca vai saber. Ele é ele, assim como você é você, mesmo que ainda ache que você “é” a mesma que “era”.
Ciúme é um sinal de amor! Você acha mesmo que é assim? Será que você é assim? Você o ama, ou pelo menos gosta dele e só consegue demonstrar quando mostra o teu ciúme por ele?
Se para todas as indagações você respondeu sim (como quando se faz um teste em uma revista para definir um aspecto de uma pessoa que tem que se encaixar na tabela), você pode estar confundindo amor com posse. Possuir, ser dono do outro, e assim querer que tudo ocorra em função da sua pessoa, a torna uma egoísta de primeira. Depois avaliar o teu marido pela quantidade de ciúme que ele tem, e principalmente demonstra, traz uma grande distorção do que é a dedicação dele por você. Não misture o que ele possa sentir e não querer expor, com um sentimento teu de rejeição.
Aliás, e a tua autoestima, como vai?
Obesidade e libido
A obesidade pode esfriar o relacionamento sexual? Queria tanto ler algo a respeito. Estou bem fora do peso e percebo que meu marido já não é o mesmo comigo na cama. O que devo fazer? Fiquei muito insegura depois que ganhei os quilos a mais e foi a partir daí que senti o afastamento dele. é a gordura ou minha insegurança que pode afetar nossa relação.
Luiz Cuschnir: Não é a obesidade que esfria o relacionamento sexual. Mas o relacionamento sexual desencontrado, insatisfatório ou até ausente, pode estimular a obesidade. Quando as pessoas não estão bem, com o parceiro, ou com outros aspectos da vida, seja relações familiares conflitantes, problemas de trabalho, e até de dinheiro, provocam tanto desgaste emocional que a pessoa “desconta” ou desvia para o ato compulsivo de beber. A tua insegurança acaba denunciando que algo não está bem com você. Quem sabe até problemas com ele ou relativos a outras situações estão provocando um desajuste em você.
Se você não conseguir encontrar e resolver o que está te desequlibrando, você pode afetar mais ainda o casamento, do que só o resfriamento sexual. Pensar em outras atitudes tuas que possam estar incomodando ele, mesmo que ele não confirme, precisam indicar um caminho para você se encontrar novamente.
O afastamento sexual dele pode ser um espelho, um reflexo do teu afastamento de você mesma. Na hora em que você so está preocupada em satisfazer a tua gula,você já se esqueceu dele, do teu casamento, de como você falou de “estar fora do peso”, da tua medida, de quem você é.
Ele pediu um tempo: o que fazer?
Tenho 40 anos e namoro um homem 19 anos mais velho. O nosso namoro ia muito bem, tanto que nos falávamos por telefone todos os dias por, no mínimo, uma hora. Sempre trabalhei e nunca aceitei nada dele, nem mesmo presente de aniversário. Um dia, como de costume, me ligou dizendo ter pensado muito em nós e, mesmo me amando, precisava dar um tempo em nosso relacionamento, pois estava enfrentando um processo de divórcio e, portanto, não poderia me dar a atenção que eu tanto merecia. Disse para ele que não acreditava nessa história de dar um tempo (para mim isso não existe), mas mesmo assim nos afastamos. Semana passada nos encontramos por acaso e ele me fez um carinho no rosto, que mexeu comigo. Eu já dei esse relacionamento como encerrado, mas será que ele pensa assim também? Será que devo continuar alimentando esperança de que vamos voltar? O que ele realmente quis dizer com “dar um tempo”? Só foi delicado? Ou quis me poupar de ouvir a verdade, ou seja, que ele não gosta mais de mim?
Luiz Cuschnir: Pensei em uma maneira em como responder a vocês algo que em um primeiro momento pode parecer um caso tão distinto, mas que me parece muito próximo do ponto de vista de um rompimento difícil.
Como é mesmo um sofrimento quando se ama alguém da maneira que vocês mostram, e tudo leva ao caminho do encerrar o relacionamento. Esse “tudo” são evidências claras que vocês estão dando o máximo para oferecer o que têm de melhor, e a situação não acompanha o esforço que vocês fazem. Há muitas maneiras de se amar, inclusive as mais destrutivas, as quais podem chegar a destruir a vida de ambos ou de um dos parceiros. E mesmo assim, nada consegue interromper o vínculo amorosa.
Eu diria para vocês que quando conseguirem se perceber mais importantes do que o outro, darem um valor maior ao que planejam, sem sonhar tanto e mais verificarem como construir uma vida mais saudável e possível, vão também parar de se enganar.
Por que o sexo fica ruim com o tempo?
Por que nós, mulheres, no começo do relacionamento, quando transamos com o parceiro é bom, gostoso, estimulante, mas com o tempo essa prazerosa sensação vai minguando? O tempo vai passando e parece que transar vira obrigação e, então, vem o incômodo e o desinteresse (a vagina começa até a doer toda vez que faz sexo). Eu já “testei” com outro e confesso que foi uma delícia, mas quando é com o marido volto a sentir aquela dor enjoada. Será que isso é sinal de que o amor acabou?
Pergunta semelhante:
Sou casada há 13 anos e não tenho muita vontade de manter relação com o meu marido. Não sei se é porque sou fria ou a relação esfriou. O que fazer?
Luiz Cuschnir: Os incômodos físicos na esfera física da sexualidade, nem sempre se relacionam diretamente com o amor. Compreendendo melhor essa explanação: sexo nem sempre está relacionado com amor. Sexo sim necessita de atração pelo parceiro mas é atração sexual. Isso nem sempre indica amor, mas o desejo de realizar o ato sexual, de possuir o outro, ou ser possuída, se entregar para o outro. O amor pode ainda, e muitas vezes muito presente, mesmo que não haja uma atração sexual intensa. Temos que tomar cuidado para vocês não confundirem isso e acabarem estragando relacionamentos importantes e vitais para suas vidas.
Pergunta: Ele olha para outras garotas quando está comigo…
Luiz Cuschnir: Olhar é uma coisa, paquerar é outra. Se ele está paquerando na sua frente, está sendo desrespeitoso. Não aceite. Bata o pé e deixe claro que não vai tolerar atitudes como essas. Mas não faça cenas, que só desgastam a relação. Com delicadeza e firmeza, sem descer do salto, diga que você não gosta nem um pouco quando ele faz isso e pergunte como ele se sentiria se fosse o contrário. Coloque-o na sua posição para entender como você está se sentindo.
Quando vale a pena disfarçar?
Muitas vezes ele está fazendo isso só para provocar ciúme, se conseguir, pode ser um incentivo para ele continuar fazendo toda vez que se sentir inseguro…
Luiz Cuschnir: Vale a pena disfarçar, se é uma atitude mais automática dele. Há muitos homens que nem estão muito interessados nesta outra e o seu chamar atenção vira um elogio, uma possibilidade dele “se achar”, ou até te ver irritada pois é divertido para ele. Há também o jeito “Frida Kalo”, que vai detona-lo e faz pior que ele. é importante para aquele momento da relação ser sensata e evitar os esteriótipos, que muitas vezes são mais para encher o espaço vazio de uma relação que não tem o que falar, o que fazer, e é só para “ter assunto”.
Pergunta: Namoro há três anos e de uns tempos para cá meu namorado anda muito ciumento. Ele briga comigo quando saio com as minhas amigas e quando chego tarde do trabalho. Já conversei com ele e não adiantou nada.
Quando ameaço terminar o namoro, ele diz que me ama e pede para que eu continue com ele. Ainda gosto muito dele, só que não suporto mais viver neste clima. O que posso fazer para mudar essa situação?
Luiz Cuschnir: Quando uma relação amorosa vai se estabelecendo vão surgindo questões que ficam “debaixo do tapete” durante os primeiros tempos. Ambos vão se definindo melhor um para o outro e as insatisfações ficam mais explícitas. Mas podem aparecer desavenças por motivos não tão aparentes. Fazer um balanço com ele, redimensionando e atualizando o que cada um quer da vida é uma boa pedida. Você sabe que muitas vezes compromissos assumidos em uma época da vida, podem não valer para uma outra. Vocês podem estar amarrados em uma situação que não conseguem cumprir mais.
Pergunta: Estou encanada no mesmo cara há quatro anos. Namoramos por oito meses e desde que ele terminou comigo não consigo me envolver com mais ninguém. Toda vez que o encontro ele é super gentil, mesmo quando sua atual namorada está junto. Ainda tenho esperanças de voltar com ele. Minhas amigas dizem que devo esquecê-lo e partir para novas experiências. Será que estou mesmo me iludindo?
Luiz Cuschnir: Certas pessoas marcam profundamente a vida de outras. Sem perceberem vão criando laços que permanecem de tal maneira atados, que são difíceis de soltar. Isso é conseguir se afastar, não ter o outro como parâmetro afetivo, não procurar comparações e depreciações de novos relacionamentos possíveis. Ele deve ter significado muito para você, como um ideal de relacionamento mas nem sempre é em cima de dados de realidade que você pode ter se apegado a ele.
Ele pode até ter te propiciado um tempo de “lua-de-mel”, com muitos momentos especiais e grandes descobertas. Mas o que deve valer para a sua vida é conseguir encerrar, terminar, finalizar o que já não existe mais. Você precisa descobrir em você o quê você está evitando viver nestes quatro anos de seqüestro emocional que você tem vivido.
Pergunta: Desde que meu namorado teve sua primeira crise de depressão, há cinco meses, vive mal humorado e desanimado. Mesmo estando em tratamento há três meses, ele continua depressivo. Tento fazer de tudo para animá-lo mas nada resolve. O que posso fazer para ajudá-lo?
Luiz Cuschnir: Uma crise de depressão nem sempre aparece abruptamente. Fatores vão se agravando provocando uma falência nas respostas que a pessoa deve dar ao mundo.Ele já levou dois meses para iniciar um tratamento que nem sempre tem bons resultados rapidamente. Enquanto a pessoa se trata, os fatores desencadeantes da depressão podem estar em atividade, provocando mais a sensação de derrota e desânimo. Até sintomas físicos que também contribuem para não sair deste estado tão desalentador que é uma depressão. Nem sempre é que a pessoa não quer se ajudar – ela não consegue. O seu namorado pode estar bem em uma viagem e péssimo em um programa como um cineminha no sábado à noite. A vida sexual pode ser profundamente afetada propiciando uma cobrança sua ou dele mesmo. A valorização dos recursos que ele tem ainda, como conquistas profissionais, habilidades pessoais e facilitar relacionamentos sociais que o satisfaçam, podem ser bem vindos nesta fase. Lembre-se que atividades físicas são altamente recomendáveis para propiciar uma recuperação destes quadros.
Pergunta: Estou na faculdade e tenho um professor que é um gato. Tenho me sentido muito atraída por ele; depois da aula fico pensando nele, imaginando como seria ficar com ele, beijá-lo… Já percebi que ele também me dá umas olhadas, mas não sei se rola, pois ele é mais velho e ouvi dizer que é casado. Devo investir nessa história?
Luiz Cuschnir: Sonhar não paga imposto, mas pode fazer você cair do cavalo. Muitas vezes, a figura de professor, de alguém que sabe mais, que ensina, dá uma impressão de ter a possibilidade de aprender sempre, de crescimento, de desenvolvimento. Da mesma forma, uma pessoa mais velha, uma pessoa mais madura poderia propiciar a segurança que para você , pode ser importante. Tudo isso pode estar por detrás dessa “imaginação” que você menciona. Até algo mais intenso como ele ser casado, já ter uma outra relação, induz o sentido de ultrapassar os limites, de transpor o inacessível, de competir e ganhar de uma outra mulher, no caso. Enfim, muitas situações devem ser avaliadas para poder saber o que ocorre nessa história. Enfim, é investimento ou autodestruição?
Pergunta: Estou ficando com um cara há seis meses. Saímos quase todos os finais de semana, ele já foi na minha casa e conhece todos os meus amigos. Mas não tenho certeza se estamos namorando, pois, outro dia, ele me apresentou como “amiga” a um colega seu de faculdade. Fiquei chateada porque estou muito apaixonada por ele. Como posso descobrir se nossa relação é namoro ou mais um rolo qualquer?
Luiz Cuschnir: é sempre bom ficar esperta: homens tendem a não se comprometer, principalmente se estão divididos, ambivalentes em suas opções, ou se estão inseguros. Um namoro, ou um rolo, tem a característica de terem um certo compromisso, uma regularidade que até pode estar existindo. Vocês vão se acostumando um com o outro, saem sempre juntos, compartilham do que está acontecendo na vida de cada um, e ainda têm os encontros amorosos (sexuais ou não). Agora se você tem duvidas e ele também, isso é uma boa medida para você saber o quanto deve se entregar, ou se é recíproca a tua paixão. Seria muito bom você saber mais onde está pisando.
Pergunta: Estou namorando há dois anos e acabo de receber a notícia de que fui aprovada para fazer um estágio de um ano nos Estados Unidos. Fiquei muito feliz, pelo lado profissional, pois este era o meu sonho. Por outro lado, me sinto triste, pois, terei que ficar longe do meu gato e não quero acabar com nossa relação, que é ótima. Estou dividida e até pensando em deixar o plano da viagem para trás. O que devo fazer?
Luiz Cuschnir: Dificil não? Pouca gente gostaria de estar no teu lugar. Vários fatores devem ser pesados. O risco de ficarem um ano afastados pode provocar um rompimento da relação, que é bem possível por vários motivos: dois anos de namoro, numa idade muito jovem podem não segurar o vínculo. Algumas precauções poderiam ser tomadas como a se existir a chance de vocês ,de tempos em tempos, se encontrarem, um indo e outro vindo, ou arranjos semalhantes. Até a possibilidade dele também ter uma experiência e oportunidade de conseguir algo nos EUA, pode ser interessante para crescimento dos dois. Agora do ponto de vista profissional, quase com certeza será uma oportunidade imperdivel. Os frutos desse aprendizado poderão fazer a diferença na tua vida. Preste bem atenção, principalmente se você for nova, jovem e ainda puder ter muito a aprender no terreno dos vínculos amorosos.
Pergunta: Professor, tenho 32 anos, sou solteira mas já tive muitas desilusões amorosas. A poucos dias conheci um homem, 33 anos, solteiro. Estamos nos entendendo só que já estou apaixonada, tenho medo que ele não corresponda. Como posso saber ou testá-lo para saber se esta falando a verdade ou se é somente cantada típica de qualquer homem.Sou sincera e por isso não consigo esconder tudo que sinto por ele, falo o que penso a todo momento e ele parece feliz em escutar, é claro quem não gosta de ser paparicado???
Como devo agir, tenho vontade de falar com ele todos os dias, faço mal em ligar???
Luiz Cuschnir: As desilusões amorosas sempre nos deixam com “um pé atrás”, mas nos ensinam muito sobre os relacionamentos. Repense as relações passadas, veja o que não deu certo e tente não cometer os mesmos erros. Um bom exercício é refletir sobre esta sua necessidade de falar para ele tudo que sente, e tome cuidado para não pular etapas no relacionamento. Se ainda não se sente segura, vá com calma, declarações de amor são muito boas de ouvir, mas também podem assustar. Em meu penúltimo livro “Homens sem Máscaras” da editora Cultrix, escrevo mais sobre isto.
Boa sorte!
Pergunta: Em primeiro lugar achei suas entrevistas muito interessantes…De carater que nos faz realmente pensar nos nossos conceitos e comportamentos. Mas preciso de sua ajuda:
Sou uma pessoa extremamente ciumenta, e dependente… Quero meu namorado a toda hora e todo momento, e com isso cobro demais,, suas atitudes, namoramos a apenas 2 meses, mas para mim, parece que é a 2 anos, tenho fortes crises de ciume. Ele não é muito carinhoso comigo, mas quando falo em terminar fica como um louco, ligando indo na minha casa,´só assim eu percebo que ele gosta de mim.. mas não gostaria que fosse assim..li em uma se suas entrevistas, que esperamos que nossos parceiros(as) adivinhem o que pensamos, e isso realmente acontece, pelo menos com pessoas do tipo ciumenta e meio paranoica, e eu acho que me encaixo nas duas. Pode me ajudar?
Luiz Cuschnir: Muitas vezes os casais criam modelos de comportamento baseados nas brigas e crises, e essa se torna a única forma deles demonstrarem o amor que têm um pelo outro. Isto também pode desgastar o relacionamento e gerar uma dependência em torno destes conflitos, podendo se tornar até um modelo para futuros relacionamentos. Tenho um livro que fala mais sobre este assunto, chama-se “Homens sem Máscaras – Paixões e segredos dos Homens”, no qual eu retrato alguns conflitos masculinos principalmente na relação á dois. Espero assim poder ajudá-la.
Pergunta: Achei muito interessante poder comunicar com o senhor. Li seu livro e achei bem interessante. Eu sou casada há 18 anos, tenho 43 e meu marido 39 e temos um filho de oito anos.
Eu já fiz terapia duas vezes na vida e com pouca duração. Fiz pq precisei e amo conversar. Já meu marido infelizmente se nega a ir a uma psicóloga justamente pq com certeza precisa. Eu sou transparente e ele o oposto silencioso.
Luiz Cuschnir: Nara, muito obrigado pelas suas palavras. Em um relacionamento a dois, devemos respeitar as diferenças e tentar conviver com elas da melhor maneira possível. Se para uns é muito fácil e agradável falar, para outros pode ser um movimento muito difícil, especialmente para os homens, os quais apresentam maior dificuldade de pôr em palavras o que sentem. Não conheço seu marido, e com tão poucas palavras não posso afirmar nada de realmente conciso sobre ele. Mas o fato de uma pessoa ser silenciosa, não exclui que ela esteja escutando e compreendendo a situação. Em muitos casos, o silêncio também é uma resposta.
Devemos aprender a ouvi-lo.
Pergunta: Meu marido ficou muito frio comigo depois do nascimento do nosso primeiro filho. Já durante a gravidez, ele passou a me fazer bem menos carinho e a ter menos desejo por mim. Achei que fosse normal, mas depois que o bebê nasceu, tudo piorou. Nosso filho já vai fazer um ano e nossa vida sexual está gelada. Para ter uma idéia, faz mais de um mês que não transamos. Já conversamos sobre o assunto e ele diz que está tudo normal, mas sei que não está. O que pode estar acontecendo? O que mudou? Como faço para voltar ao que era antes?
Luiz Cuschnir: Sabe que nem sempre as alterações durante e após a gravidez afetam só a mulher. Os homens também sofrem transformações bem importantes. às vezes, nem ele percebe isso pois elas podem ocorrer tanto fisicamente como psicologicamente.
Eles podem sim engordar e dependendo do tipo físico, criam até uma barriginha (quando não uma até avantajada). Em outros casos, variações emocionais também aparecem. Estas são alterações desde de humor, uma certa inconstância do controle emocional, ou um distanciamento nos relacionamentos principalmente de pessoas mais próximas a ele. Eles se dispersam, ficam mais preocupados principalmente com o futuro e as responsabilidades. Se sentem mais responsáveis por tudo e pelo incrível que pareça, até ficam mais imaturos e infantis. Isso é uma maneira de se defender da angústia que estão sentindo por tudo isso.
Essa interpretação é mais válida ainda quando é o primeiro filho. Podem fazer muitas fantasias do que é ser pai e de todas as obrigações que virão.
Agora mais especificamente na vida sexual, as interferências são várias. Desde as que dizem respeito às preocupações que são geradas, quanto às fantasias decorrentes dela. E aí que surgem as dúvidas que consomem tanta energia deles. é muito comum que quando um homem está muito preocupado, com sua concentração diminuída, pensando em outros projetos, a vida sexual é atingida. Essa invasão na mente dele gera uma verdadeira avalanche de pensamentos. Ora se os pensamentos estão em outro lugar, eles também podem levar para longe os interesses do dia-a-dia. E dentro desses interesses estão os sexuais.
Agora, imagine tudo isso, durante a gravidez. E agora quando as fantasias começam a se tornar realidade. Ele já extenuado de fazer tanta força para se controlar, esconder e continuar adiante, ele também tem que encara que é PAI. Tantas questões vêm à mente dele: eu posso? eu sei? eu quero saber? eu entendo o que está acontecendo? eu sei o que vai acontecer?
Bom, isso tudo faz parte de um grande todo que é o mundo emocional dos homens.
Pergunta: Meu namorado é 15 anos mais velho que eu. A gente se dá super bem, mas às vezes me sinto muito infantil perto dele. Já conversamos sobre isso e ele me diz que é besteira da minha cabeça, mas mesmo assim tenho medo de perdê-lo para uma mulher mais velha. é normal me sentir assim? O que posso fazer para acabar com essa insegurança?
Luiz Cuschnir: Que bom você ter essa sensação de vocês se darem tão bem. Provavelmente há uma troca sadia entre vocês. A mulher tem uma transformação ao longo de sua vida e passa por uma série de etapas que vão provocando diferentes respostas a cada uma delas. Cada momento, cada experiência, vai tendo um significado e demanda um novo aprendizado. é claro que nem todas apreendem com a mesma densidade. Tudo depende da capacidade individual de absorção dos eventos que a vida nos vai proporcionando e a possibilidade de perceber o que aconteceu, seu nível de aprofundamento emocional e sua experiência de vida anterior. Você pode conseguir uma maturidade maior de acordo com essa absorção das vivências que vão ocorrendo no dia-a-dia. Isso provavelmente te dará mais segurança e você se sentirá mais equilibrada com ele. Preste atenção no quanto ele também está ganhando com o convívio com você. A tua energia no decorrer do tempo, a tua vivacidade nos diversos momentos que passam juntos e mesmo a tua curiosidade em descobrir as coisas novas podem ser de uma importância extrema para ele.
Pergunta: Sempre fui um pouco gordinha. Quando conheci meu namorado estava 7 quilos mais magra por que tinha feito uma super dieta. Agora que voltei a engordar ele fica exigindo que eu emagreça e fazendo comparações entre eu e minhas amigas de corpão. Tento fazer dietas, mas não estou conseguindo emagrecer, pois cada vez que temos uma briga ou tenho um dia corrido no trabalho, como que nem louca. Minha auto estima está super baixa e até perdi a vontade de me arrumar como fazia antes. Como posso fazê-lo perceber que essa história toda está me fazendo mal?
Luiz Cuschnir: Mais do que tentar faze-lo perceber como esta fase que você está é difícil para você, como ela afeta você por causa dele, há diversos aspectos que precisa entender de si mesma: “O que ocorreu comigo que quando eu estava sozinha conseguia me cuidar, e agora que tenho um namorado, estou em um relacionamento afetivo, com uma pessoa que está comigo, interessada em mim, estou engordando, trabalhando demais e desmazelada?” Por que esta auto estima baixa? Você deve pesquisar lá dentro de você o que não está bem. Muitas pessoas tem um movimento de estragar a própria vida, de desenvolver atitudes para ficarem “na pior”. Dentro de cada um há processos inconscientes que propiciam comportamentos que ao invés de ajudrem, atrapalham o bom desenvolvimento da vida. é como se quiséssemos ir para o norte e vamos para o sul. Há sempre justificativas para muito trabalho, e um relacionamento afetivo também ocupa um tempo que podia estar sendo até preenchido pelo desempenho na carreira profissional. Havia espaço para se dedicar mais. Provavelmente não é só ele que gostaria de estar com melhor aparência, uma atitude mais saudável, preservando-se mais, que são todos elementos para desenvolver uma auto estima melhor. Pense muito sobre o porquê de estar estragando o seu relacionamento. O que vale mesmo a pena na tua vida? é dentro de você que está esta resposta. Se não conseguir procure ajuda profissional antes que seja tarde.
Pergunta: Me sinto atraída pelo melhor amigo do meu namorado. Ele até me dá umas cantadas, mas tenho medo de entrar nesta relação e perder os dois. O que posso fazer?
Luiz Cuschnir: Atração sexual ocorre em diversas situações ao longo do dia-a-dia. Nem sempre se pode realizar todos os desejos que os instintos levam e ficam imersos no íntimo de cada um. A grande maioria deles é inadequado para aquela determinada situação, seja por que não é hora, lugar ou pessoa para se realizar este instinto. Quando este movimento instintivo persiste e torna-se constante, pode atrapalhar a atividade que estamos realizando e no teu caso, os encontros de você, teu namorado e o amigo dele. Vocês estarem sempre juntos pode ter dois caminhos: você se acostumar com esse contato e ir diminuindo o desejo por este homem, ou chegar o momento onde o desenlace disso tudo é vocês acabarem não conseguindo reprimir mais o que já está tão consciente para você. Nem sempre elogios deste amigo são cantadas.
Podem ser atitudes carinhosas por você ser namorada do melhor amigo. Se ele estiver mesmo te pressionando, verifique se vale a pena por em risco o teu namoro. Ele está precisando de novas emoções? é um vínculo pouco significativo para você? Há perspectivas de crescer e te preencher nos teus planos? Se iniciar um relacionamento como esse, com um melhor amigo dele, haverá muito segredo a ser escondido pois nenhuma relação agüenta isso. Saiba que já começa com uma marca de traição, o que não é nada fácil para lidar. Há muito o que pesar antes de qualquer atitude…
Pergunta: Eu gosto de um cara que estuda comigo. Somos pouco amigos, apenas conhecidos. Ano passado, ele até me olhava de vez em quando, mas logo depois descobri que ele estava ficando com uma garota e me afastei. Gostaria de saber o que posso fazer para conquistá-lo de uma forma rápida e simples.
Luiz Cuschnir: Nem sempre amizade é um bom começo para uma relação amorosa. Ser amiga de alguém, te dá a chance de conhecer aspectos dele que depois fica difícil voltar atrás, apagar e caracteriza o relacionamento de uma forma mais desprovida de outros ingredientes necessários para se estabelecer uma atração entre os dois. O fato de você ter se afastado, não significa que esteja agora sem possibilidades com ele. Até pode ter sido uma boa tática para agora você se estabelecer com atitudes mais claras com o que quer. Saber chegar em um homem, conquistá-lo, vai depender das tuas habilidades em reconhecer quais atributos teus ele valorizaria. Nem todos homens gostam de serem abordados incisivamente pela mulher. Acham-nas invasivas ou pouco femininas, quando não confundem-nas com vulgares. Já outros nem consegue se aproximar delas por se acharem “fora do páreo”, sem poderem competir com os outros pretendentes por se sentirem inferiores. Utilize o conhecimento que já tem dele, aspectos que já foram sinalizados antes quando só eram amigos, e se aproxime aproveitando que estudam juntos. Pelo menos tem motivos em comum para se encontrarem, e boa sorte!
Pergunta: Meu namorado vive implicando com meus amigos e amigas. Ele os trata mal e costuma dizer que não são companhia para mim. Sempre acabamos discutindo por causa disso, pois acho que esse tipo de julgamento dele não tem nada a ver e chega a ser conservador demais.
Outro dia, ele ficou mal humorado só porque uma amiga minha estava de mini-saia e batom vermelho. Como posso fazer com que ele aceite meus amigos como eles são?
Luiz Cuschnir: Deve ser bem instável esse teu namoro. Como é complicado juntar o teu social com o teu afetivo! Pode se pensar que é só ciúme de outro homem.
Amigo para outro homem pode ser um concorrente, se ele não está seguro no que ele está oferecendo a você.
Amiga nem sempre estará o avaliando como ele gostaria, e poderá levá-la a ter opiniões que ele não terá acesso ou não gostaria. Tudo isso pode estar por detrás das críticas que ele faz a eles ou elas. Agora, saiba também que ele a está avaliando através destes parâmetros. Ele pode estar se incomodando com o comportamento deles por não concordar e isso mostra também as diferenças entre vocês. Você pode ser uma pessoa mais liberal, aceitando valores e atitudes que ele não aceita. Se eles são tão importantes na tua vida, verifique se não está entrando em uma relação de seqüestro emocional. No meu último livro “Os Bastidores do Amor” mostro em vários casos como pessoas ficam em relacionamentos amorosos sem perceberem como estão invadidas pelo outro. E o pior que nem mais percebem claramente esses sentimentos, deixando a própria identidade destruída por esse suposto amor.
Pergunta: A irmã mais velha do meu namorado não gosta de mim de jeito nenhum. Estamos juntos há dois anos e ela sempre dá um jeito de falar mal de mim para ele. Embora ele saiba que ela é ciumenta, acho que muitas vezes ela consegue colocá-lo contra mim. Já entei me aproximar dela, ficar amiga, mas não deu certo. O que devo fazer?
Luiz Cuschnir: Há distintas configurações familiares, tantas quantas vão se criando com os casamentos e filhos vão sendo procriados. Os filhos vão crescendo com atribuições e papéis a serem desempenhados dentro desse esquema, e isso pode ser perceptivo por alguém de fora, e nem sempre por eles próprios que vivem esse script familiar. Quando vem alguém de fora, no caso você que é uma nova nova personagem, nem sabe direito que fala ou gesto deve ter para “contracenar” com esse pessoal todo. é mesmo um enigma: um gesto teu pode ser uma agressão ou uma atitude vista como fora do contexto que eles estão acostumados a viver. é muito comum irmãos mais velhos serem possessivos em relação aos mais novos. às vezes projetam suas próprias inseguranças ou dúvidas em relação a vida, tentando proteger o irmão mais novo dos insucessos que já ocorreram nas suas próprias vidas. Ela está desconfiada de você. Confiança a gente conquista através de atitudes de respeito, educação e uma certa humildade através do tempo. Não sobrecarregue a relação com ele, se queixando da sua irmã. Colocá-lo entre vocês duas o deixa em uma posição limite e isso não é bom.
Pergunta: Há alguns dias descobri que meu marido tem um relacionamento fora do casamento.
Na verdade, aparententemente é uma paixão, pois ele disse que não que continuar, diz que quer que permaneçamos juntos, porém, acredita que tem medo de não conseguir se livrar disto, ou seja de deixar de pensar nela, procura-la, pois ele diz que ela mexe muito com ele. que fica muito abalado e sente falta dela.
Não sei como fazer, já o perdoei, estou tentando resgatar nosso casamento, porém. preciso que ele consiga esquece-la.
Pode tentar me ajudar?
Luiz Cuschnir: São tantos os caminhos de desenvolvimento possível, tanto no relacionamento com ele como com você mesma… Procure se abrir, mudar os conceitos internalizados. Se você já leu algum livro meu, tente procurar os outros. Sempre novas reflexões podem atingi-la. Se for possível para você, estou disponível para atendê-la, ou procure algum terapêuta para acompanha-la ou verificar a possibilidade de um atendimento de casal.
Pergunta: Sou casada há 2 anos e meio, meu marido tem 38 anos. Ele já foi casado anteriormente, durante cerca de 2 anos, mas se separou. Não teve filhos no primeiro casamento e nem temos no segundo. Quando se separou ficou muito triste e até hoje, mesmo depois de recuperado, me parece que se sente um fracassado pelo término do casamento. Ele é funcionário público federal e é sindicalista e por isso viaja muito. Como o pai, sempre gostou de lideranças e lutas sociais, e desde o namoro eu precisava dizer que ele estava trabalhando demais. Como sabia que ele gostava demais do que faz, sempre procurei respeitar e estar perto o máximo possível, até mesmo o acompanhando em algumas viagens qdo. era permitido e conveniente, porém ele sabe que eu não gosto que ele viaje tanto, fique tantos dias fora de casa, mas nos últimos meses, ele tem aumentado as viagens. Quando demonstro que estou triste com isso, ele parece se chatear també, porém, não deixa de fazer nada! E ele poderia recusar alguma viajem se quisesse.
Tirando esse problema do trabalho, nos damos muito bem, não temos outros motivos de grande preocupação, conseguimos fazer acordos e tudo o mais, somos felizes, mas por causa do trabalho, me sinto abandonada, muito solitária e trocada pelo trabalho dele. Ele já deixou até de cumprir compromissos sociais comigo para ir a algum evento de trabalho. Me sinto desvalorizada e às vezes ele diz: “Já desisti de um sonho uma vez, não vou desistir de outro, meu trabalho me satisfaz, amo o que faço e não vou deixar de fazer”. Bom, ele diz que este sonho é de ter uma família, mas desistiu como? E eu? E a família que se propôs a formar comigo? Amo meu marido, mas não estou sabendo mais lidar com isso, será que ele não gosta de mim?
Luiz Cuschnir: Vou tentar te dizer algo que possa ajudar mas será difícil ter uma resposta que atenda o que mais você quer: ter uma família e um marido que fique mais com você. Uma relação como a de vocês tem o tamanho a forma que é possível ter. São duas pessoas, com diferentes histórias anteriores e projetos que combinam em alguns momentos e se separam em outros. É muito comum a mulher achar que vai mudar o homem depois que estiver casada. Mas te falo, isso é muito difícil.
No teu caso, se ele não quer ter filhos e nem deixar a vida profissional para investir mais na relação, é bom você avaliar bem se é aí que você quer ficar. Se dar bem com ele, e até amá-lo muito, não garante que você se realizará plenamente neste casamento. Se para você, o ritmo de vida juntos não satisfaz e ter filhos é uma necessidade, cabe a você decidir se vai atrás do seu sonho e sentido de vida. Não espere que ele compartilhe e mude pois você poderá se dar conta mais tarde que foi em vão essa espera.
Por outro lado, se a relação como ela é, te completa e é com ele que você quer ficar, independentemente dele cumprir todos os projetos pessoais teus, tente rever se é possível alguam transformação tua, despertar outros interesses que possam preencher o que falta entre vocês dois.