Metrossexuais – Revista UMA

Entrevista concedida a – Revista UMA

UMA: O que é exatamente um metrosexual?

Luiz Cuschnir: Sim, parece que muito do que está relacionado com este padrão metrosexual está relacionado com a vaidade mas orginariamente, este nome provém do homem da grande cidade, da “metro”-pole. Quando se associou ao termo “sexual”, criou-se uma desconfiança da sua masculinidade, aliás não muito diferente do que se julgou há alguns anos atrás de todo movimento masculista, quando se colocou mais claro as necessidades de mudanças de padrões e comprensão do “novo homem”. A sociedade em geral reluta em transformar signos, sinais que abalem paradígmas e o mais fácil é rotular preconceituosmente. Isto também ocorreu quando as mulheres, as primeiras feministas trouxeram inovações em suas propostas de relacionamento com os homens. Aparência, cuidado pessoal, contemporaneidade não é sinônimo de “menos homem”, muito menos vaidade. Só se está mudando de posturas, atitudes e exposição.

-rotular…

O rótulo vem do que é incompreensível, do que fica muito discrepante do lugar comum e ameaça até que seja melhor absorvido e consumido com mais facilidade. Descrevo muitos aspectos relacionados a essa nova informação que às vezes até invade realmente a cultura e a sociedade com modas e costumes que vão além das necessidades essenciais de cada um. Falo isso neste último livro “Os Bastidores do Amor” – Os sentimentos e as buscas que invdem os nossos relacionamentos e como lidar com eles (Ed. Allegro) da Elsevier. Essa invasões emocionais levam a pessoas serem sequestradas por conceitos que nem fazem parte delas, por terem que atender ao que está sendo veiculado, vendido, consumido…

Especificamente os metrosexuais, homens que podem ser modernos, atuais, conectados em acompanhar os novos conceitos sociais, podem mas não necessariamente estão, cativos em sequestros de manterem-se muito ligados a aparência e vaidade pessoal, sem conseguirem discriminar o adequado. Então é uma questão de dosagem, de equilíbrio pessoal.

-É um novo padrão de comportamento, onde o homem expõe mais claramente suas preocupações na aparência, mas também no desejo de serem aceitos, sem precisarem camulflar o quanto estão preocupados em agradar, mesmo que sexualmente.

– diferenciar dos demais só será possível quando os examinarmos a partir de ambientes mais tradicionalistas. Quanto mais rígido, menos comum será um metrosexual e aí ele se distingüirá. Não dá para se especificar tanto pelo que veste, ou como se arruma, pois seus hábitos podem até não serem tão exóticos mas terem um rigor, um cuidado, que também poderiam estar encaixados em um homem da grande cidade. Até criar o seu próprio estilo, que seja principalmente para sentir-se mais masculino, pode ser a maneira que manifestar-se nesta condição.

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