Eles também têm o seu dia

Bruna Pinheiro | GAZETA – julho/2012

Direitos iguais até nas datas comemorativas. Para quem não sabe, assim como as mulheres, os homens também têm um dia especial em sua homenagem. Hoje, 15 de julho é o Dia Internacional do Homem e o que se vê surgindo é um novo tipo de homem, cada vez mais longe do mítico “machão”.

Uma das razões para a criação desse dia é a de levantar a autoestima masculina, já que eles estão tendo que enfrentar o avanço e evolução das mulheres em diversos setores, desde o mercado de trabalho até a posição que ocupam na família. Essas alterações têm trazido questionamentos aos homens sobre o papel deles hoje.

“Chamar atenção para suas necessidades emocionais, validando seus desejos e explicitando suas dúvidas e medos é uma maneira de encorajá-los a enfrentarem o que ainda precisam aceitar de si mesmos. Simbolicamente deve ser isso que este dia ressalta”, defende o psiquiatra e psicoterapeuta Luiz Cuschnir.

Cuschnir é um dos precursores no Brasil do chamado Masculismo, movimento correspondente ao Feminismo que surgiu nos Estados Unidos na década de 80. O masculismo defende que os homens podem e são tão sensíveis e frágeis quanto às mulheres. “Homens já não se envergonham do que sentem, não escondem tanto seus medos, não têm vergonha de declarar suas carências nem a importância que as relações afetivas têm nas suas vidas”, completa o psiquiatra.

“Antigamente, as mulheres preferiam os homens mais rudes e másculos porque teoricamente precisavam de alguém para socorrê-las, cuidá-las e sustentá-las. Hoje em dia, não. Quanto mais sensível, educado e gentil um homem for, maiores chances ele terá com elas”, afirma o estudante Felipe Cruz, 25, que acredita se encaixar nesse novo perfil masculino.

Um dilema recorrente aos homens é o de equilibrar sensibilidade e masculinidade. “Os homens precisam ampliar os seus parâmetros para se confirmarem como masculinos pois não adianta só usarem da força, agressão ou imposição para se considerarem verdadeiramente masculinos. Isso gera uma necessidade de se posicionarem também do ponto de vista psicológico e para isso têm que conhecer mais profundamente onde se ancora o seu masculino”, explica o psiquiatra Luiz Cuschnir.

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