Conversando com Dr. Luiz Cuschnir – Glorinha Cohen
PERGUNTA: Olá, Dr Luiz, bom dia. Tenho 23 anos e sou casada há oito anos. Meu marido tem 27 anos e nossa relação sempre foi de brigas desde namorados, ele sempre queria me dominar. Quando casamos ele chegou a me agredir, algumas vezes não tirava sangue, mas ficava roxo ou dolorido. Faz uns anos que ele não mim bate, mas diz palavras que ferem. Eu era a mulher perfeita durante seis anos. O que ele queria eu fazia. Eu era como um cachorro. Ele é um dono de casa excelente. Tenho um filho de três anos e ele é um excelente pai. A cerveja o deixa nervoso ainda mais, só que há algum tempo eu conheci uma pessoa que me trata como a única mulher da face da terra. Estou apaixonada por ele e ele por mim. Já me chamou para eu ir embora, mas não posso deixar o meu filho. Não gosto da traição… odeio isso que faço. Não gosto mais de ter relação com o meu esposo, mas sinto ciúme dele. Será dependência?
RESPOSTA: Você me apresenta situações bem complicadas que envolvem um relacionamento agressivo, desvalorização pessoal, uma família em crise e um filho pequeno. Além disso, pelo que você fala há o uso abusivo de álcool dele e um relacionamento extraconjugal seu, que te causa muitos conflitos. Não há dúvidas que vocês se casaram bem jovens e muitas nessa fase há muitas fantasias do que é um casamento. Muito mais a maternidade e paternidade, que dependem bastante da maturidade de cada um dos membros do casal. Não consigo te dizer tanta coisa a não ser que uma relação que tem a estrutura da agressão física, por si só já indica um nível de patologia que desencadeia desajustes de alta gravidade para a sua construção ao longo do tempo. Agora ambos estão em momentos muito diferentes do que os que vocês se conheceram e iniciaram o casamento. Você é uma mulher mais adulta agora e deve estar entrando em contato com vários aspectos do seu feminino que não eram valorizados antes. Ele também, um homem mais maduro talvez. Não há certo ou errado, mas uma maneira adequada para seguir uma vida em que você se sinta mais sincera e ao mesmo tempo com mais respeito a você própria. Há uma grande revisão a ser feita e quem sabe você encontre possibilidades de viver com mais segurança e mais de acordo com o que você deseja, mas só vejo o caminho de uma psicoterapia onde possa te clarear mais o que está acontecendo. Ela possibilitará visualizar caminhos melhores e decisões mais sensatas que serão benéficas para todos.