Concedida para o Jornal da Família – O Globo
Inspirada no programa “Sexo Frágil”
O Globo: Na sua opinião, quais são as mudanças do comportamento masculino que podem gerar conflitos amorosos? Por que as mulheres se irritam com essas mudanças?
Luiz Cuschnir: Homens mais conscientes de suas necessidades, não aceitam tantas cobranças delas, exigências de serem o “super-homem”, estão com menos culpa.
– Homens estão mais auto-suficientes, dependendo menos delas.
– Eles ainda mantêm uma alta exigência nos padrões estéticos, elas se perguntam: “por que ele pode e eu não”, se referindo a uma aparência impecável, e as mulheres ainda tem que se preocuparem com outras coisas, como filhos, carreira, casa etc…
O Globo: Por outro lado, quais atitudes ou comportamentos do homem que contribuem para a paz e a harmonia no relacionamento amoroso? O que, segundo a sua experiência de consultório, os homens mais admiram na mudança de comportamento das mulheres no século 21?
Luiz Cuschnir: Homens admiram a possibilidade de conciliarem o profissional com o pessoal.
– Homens estão mais compreensivos sem serem paternalistas.
– Homens que apóiam o desenvolvimento delas com tolerância das inseguranças emocionais e instabilidades.
O Globo: O que hoje erotiza o relacionamento amoroso? O erotismo é hoje diferente de décadas passadas? Em que?
Luiz Cuschnir: Hoje há sensualidade para todos os gostos, o erotismo se manifesta de diferentes formas, mais visível e explícito. Há uma reciclagem e transformação do que é erótico de tempos em tempos. Antigamente era menos visível, mais proibido. A parte positiva é que há um maior desenvolvimento e aprendizado sobre sexualidade, uma abertura maior para a troca de informações inclusive nos casais. O aspecto negativo é que perde-se muito no que diz respeito a descoberta da possibilidade de utilizar a fantasia e o desejo como um elemento a mais para a erotização. Houve uma vulgarização e uma tentativa frustrada de se chegar aos mesmos resultados de satisfação mostrados nos filmes e novelas, para isso as pessoas estão se utilizando de mecanismos que “falsificam” as performances e os resultados, como drogas, álcool, remédios e etc…