Tempo de Mulher – abril/2014
Uma declaração recente do ator Bruno Gissoni, em entrevista ao jornal “O Globo”, deu o que falar. Para ele, “um pouco de machismo [na relação] faz bem, senão vira bagunça”. O ator vive o personagem André na novela “Em Família”, e namora Luíza, interpretada pela atriz Bruna Marquezine. Depois, pelo Twitter, o ator se defendeu dizendo que não é machista e que sua declaração foi tirada de contexto. A questão é que nenhuma atitude de natureza machista faz bem em relacionamentos afetivos.
Mas não estamos tão distante dessa realidade comportamental dos homens. Basta relembrar de alguns comentários típicos, como “mulher que faz sexo no primeiro encontro não serve para casar”; “cuidar da casa, lavar e passar é coisa de mulher”; “mulher minha não tem que trabalhar fora”; “mulher que gosta de usar roupas curtas é porque quer ser cantada” ou ainda a clássica “homem velho com mulher novinha é normal, mas o contrário não é legal”.
Essas e outras mais são algumas das afirmações machistas mais reproduzidas no dia a dia. E, embora elas sejam ditas de maneira sarcástica, são atitudes como essas que definem alguém como machista.
E aquela velha discussão de que os homens são machistas por conta da criação das mães?
A opinião do psiquiatra e psicoterapeuta Luiz Cuschnir, autor de vários livros como “Homens e Suas Máscaras, “Homens Sem Máscaras, “A Relação Mulher & Homem” e Bastidores do Amor”, sendo o mais recente, “Por dentro da Cabeça dos Homens”, é a de que medo e baixa auto estima são comuns da mulher em relação ao homem numa relação machista. “Da mulher, gera uma sobrecarga e repressão do homem que é obrigado a certos comportamentos que não o respeitam. A “esteriotipia” de um relacionamento machista provoca a manutenção de uma certa supremacia do homem, que precisa ter comportamentos sem poder questioná-los. Tornam-se prepotentes e ao mesmo tempo sobrecarregados”, opina Luiz.