Uol Comportamento – outubro/2014
O psiquiatra Luiz Cuschnir, coordenador do Gender Group® do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), comenta que a mulher tem uma vida emocional muito rica e, por conta disso, envolve-se mais facilmente, mesmo que a situação não seja a de sua preferência. “Elas também acreditam mais em promessas e creem que poderá haver mudança do status de amante, se for persistente”, explica.
É importante, entretanto, dizer que um relacionamento extraconjugal pode oferecer grandes momentos de amor e sexo. “O espaço para sentirem o amor de um pelo outro é grande, mas para viverem esse amor no dia a dia é restrito. E isso terá implicações importantes na construção de projetos de vida comuns e de experiências sociais e familiares”, afirma Cuschnir.
Um relacionamento pode abarcar completamente a vida que a pessoa leva. Por isso, começa como brincadeira, uma intenção de terminar quando quiser e, de repente, a pessoa está em um nível de envolvimento que não consegue se afastar, mesmo sabendo dos malefícios que causam”, explica Cuschnir. Segundo o psiquiatra, existe relacionamento que provoca verdadeiros “sequestros emocionais”, causando dependência e criando situações semelhantes a um cativeiro.
Só vale a pena ser amante se houver maturidade e uma boa estruturação da vida. “Depender apenas dessa relação amorosa pode ser muito desgastante e afetar outras áreas da vida. Pode ter implicações profissionais e de outras relações como um todo e prejudicar a saúde de pessoas que não têm a estrutura psicológica adequada”, afirma o psiquiatra.
É preciso lembrar, também, que a monogamia não é uma obrigação, mas uma escolha. Talvez a saída mais simples seja viver um relacionamento em que não há a obrigação de exclusividade, para quem faz questão de viver experiências extraconjugais. Assim, ninguém precisa mentir nem se sentirá enganado.