Pais sem tempo para as demandas dos filhos nas férias precisam entender que:
– Devem se eximir de culpa: são limites da vida inclusive estão enfim ensinando a eles atitudes de responsabilidade na futura vida profissional.
– É pedagógico e um treino para procurarem ocupar o tempo sem ser só estudando e fazendo tarefas escolares. Às vezes, nesse “não fazer nada de útil” é quando surgem as novas aptidões, habilidades e interesses como música, esportes, artes em geral. Ou descobertas de assuntos que não estão dentro de um processo pedagógico tradicional como na educação não formal.
– É uma onipotência de achar que irá resolver todos os problemas deles. E não irão nessas férias se não conseguirem atender a todas as demandas deles.
– Descuidar-se do trabalho pode acarretar danos profissionais para os pais e que depois podem acarretar outros aos filhos.
– Crianças pequenas aprendem esse jeito “sempre ocupados”, fazendo sempre “coisas úteis”, mantendo-se numa vida social intensa, mais adiante esses pais se depararão com os próprios filhos “ocupadíssimos” com internet e amigos. Se eles próprios também fazem isso no dia-a-dia quando chegam do trabalho e no final de semana, o que podem imaginar que os filhos irão fazer quando estiverem em férias?
As situações que não há o que falar e trocar, revelam que na relação entre eles pode haver outro assunto que “não escola”. É interessante como reavaliam o papel de pai/mãe e percebem que não é só em torno da escola e atividades que se educa filhos. Aí aparecem questões como:
“Como estou distante dos meus filhos…”
“Que dependência exagerada desses amigos…” (amigos estes que podem não ser os mais adequados para esses pais).
É uma hora onde aparece a dificuldade dos dois lados, um momento para os pais verem como está andando a família, como estão se fortalecendo as relações familiares ou estímulo exagerado para independência dos filhos e afastando-os do senso de família que cada um quer dar para os filhos.
Danos psicológicos severos podem ocorrer quando uma criança não tem a mesma oportunidade que outras famílias podem dar. Aparecem com frequência, bem mais tarde, quando adultos se ressentem da humilhação e sentimento de inferioridade que têm como reflexo arrogância, medos, ansiedade no convívio social.
Férias inesquecíveis nem sempre são as caríssimas que os coleguinhas de escola têm. Pena que muitos professores ainda mantém na volta das férias na redação aquele velho tema “como foram as minhas férias”. Não sabem que o mais importante é não discorrerem para onde foram e sim resgatar os melhores momentos emocionais com a família.
Contar histórias de vida, raízes familiares, escutar desejos e sonhos sem a necessidade de “ensinar a realidade dura da vida” são ensinamentos também úteis para desenvolver a criatividade e espontaneidade da criança.
Diz-se que pessoas saudáveis se divertem mais e é verdade. Quando doente, a gente perde a capacidade de diversão. Mas o contrario é também importante: pessoas que se divertem tendem a ser mais saudáveis. Menos estresse, menos tensão, menos raiva, menos culpa – todas oferecem benefícios mensuráveis para a saúde, inclusive a psíquica.
A diversão pode ser aproveitar o tempo de ser pai ou mãe plenamente nas horas que existe um encontro gostoso com os filhos. Eles se divertirão e um dia terão uma redação emocionante para escrever sobre esses momentos.