Otimismo e Pessimismo

Revista Forbes Brasil – Jornalista Raquel Magalhães
Entrevista Concedida – 10/04/2015

 
Forbes Brasil – O país vive hoje uma crise de confiança que tem levado uma parte da população e do empresariado a pensar positivo e a maior parte a pensar negativo. o que leva essas pessoas a desenvolverem raciocínios tão diferentes?

Luiz Cuschnir – Do ponto de vista emocional, pessoas que conseguem construir uma estrutura de vida onde valorizam o que possuem interiormente mais que exteriormente, tendem a ser menos afetadas pelas flutuações da vida que dependem dos valores materiais. Essas conseguem ver além dos números e mais a qualidade de vida afetiva percebendo que o que é mais importante vai supri-las, inclusive alçam experiências anteriores de catástrofes e crises que ficaram no passado e foram superadas. Esta seria “mais uma”. Há pessoas que até exageram neste pensar negativo, como se precisassem estar de prontidão sempre para um “mal” que mais cedo ou mais tarde, virá. As mais equilibradas avaliam a realidade que pode sim ser pouco alvissareira e se preparar para ela sem se abater com esse pessimismo.

Forbes Brasil – É do pensamento humano se abater, se jogar para baixo, mesmo quando a situação é crítica ou depende muito da pessoa?

Luiz Cuschnir – Quanto maior a idealização que a pessoa faz de si e de quem está a sua volta, mais despreparada ela estará para a realidade de uma vida que não a alimentará sempre da melhor maneira. Nem sempre o ser humano se joga para baixo. Muitas vezes ele encontra estimulo juntamente nas crises, nos grandes desafios, até para se proteger da frustração e encontra caminhos que o podem satisfazer muito. Um exemplo são pessoas que perdem o material e se sentem confortáveis com uma vida mais simples e menos sofisticada.

Forbes Brasil – Historicamente, como a sociedade se porta em momentos de crise?

Luiz Cuschnir – De duas maneiras: aprendem com a crise ou se afundam nela se não souberem aprender com ela.

Forbes Brasil – Tem conselhos para esse círculo vicioso da falta de confiança e desânimo ser deixado de lado?

Luiz Cuschnir – O maior conselho que sempre busco desenvolver com os meus pacientes em psicoterapia é que “Ainda Vale a Pena” sempre. Se descobrir um conquistador da própria vida e de suas potencialidades, independentemente das condições que se apresentem, é um desafio mas um sentido de vida valiosíssimo.

 

 

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