Concedida à revista UMA
Melissa Fernández: Fiz uma pesquisa com 100 casais e tivemos o seguinte resultado:
- Festa de amigos em Comum – 28%
- Faculdade – 20%
- Trabalho – 15%
- Internet – 12%
- Academia – 8%
- Barzinho ou danceteria – 6%
- Vizinhos – 4%
- Ônibus – 3%
- Praia – 2%
- Padaria – 1%
- Igreja – 1%
Gostaria que o senhor falasse um sobre os lugares mais inusitados, que apesar te terem sido poucos citados na pesquisa, existem casos em que dá certo.
Luiz Cuschnir: Um lugar que tem sido interessante, até pelos paradígmas que mudaram da relação homem/mulher, tem sido os que provocaram as transformações dos hábitos familiares. Daí temos os supermercados, onde o homem está cada vez mais se incluindo no dia-a-dia das cuidados da casa, principalmente em virtude dos descasamentos e ele morar sozinho. é muito comum homens fazendo compras nos horários que outras pessoas estão no lazer, como finais de semana ou tarde da noite. Também nas reuniões da escola dos filhos, muitas vezes pequenos, onde ele possa estar atendendo às solicitações de reuniões, e estaria disponível a encontrar uma outra “mãe” em condições semelhantes. às vezes se atrapalha, pois não sabem exatamente o porquê dele ou dela estarem sem companheiro na reunião pedagógica, isto é, se este outro está disponível ou não.
Melissa Fernández: O senhor conhece algum caso desse tipo que tenha dado certo?
Luiz Cuschnir: Já tive pacientes que se conheceram no restaurante habitual que vão no horário comercial. Especificamente em um “quilo”, que acaba sendo um lugar que frequentam com uma certa assiduidade. Dá para perceber melhor a pessoa, pela repetição dos encontros, avaliação visual antes do encontro, estímulo de fantasias sobre a pessoa prévios, são comuns nesses casos.
Melissa Fernández: é possível conhecer alguém e ter um relacionamento sério com alguém que conhecemos na padaria, por exemplo, como foi citado na pesquisa?
Luiz Cuschnir: Padaria, farmácia, banca de jornal, pode ser um local de circulação das pessoas no mesmo bairo, nas imediações de onde mora, que indica já alguns hábitos e estrutura de vida semalhantes. Isso às vezes pode facilitar o convívio, principalmente em cidades grandes. O trânsito, excesso de compromissos e trabalho, às vezes dificulta um relacionamento. O oposto, facilita.
Melissa Fernández: O que leva uma pessoa a abordar alguém que não conhece? Nesse momento ela já pensa na possibilidade de ter um relacionamento sério ou é por curiosidade, por algum interesse momentaneo?
Luiz Cuschnir: Falo neste último livro que escrevi “Os Bastidores do Amor – Os sentimentos e as buscas que invadem os nossos relacionamentos e como lidar com eles” – Ed. Campus – Alegro, em como as pessoas ficam presas a esteriótipos, que as constragem e dificultam uma vida melhor. Isso implica em uma maior dificuldade em atingirem uma melhor qualidade de vida. às vezes normas e mitos as impedem de conhecerem alguém que pode ser uma relação muito importante em suas vidas. é sem dúvida uma chance até ás vezes melhor que uma “balada” à noite.