Conversando com Dr. Luiz Cuschnir – Glorinha Cohen
PERGUNTA: Dr. Luiz. Sabe, a gente é um casal aberto e dialogamos bastante a respeito da divisão de tarefas e das funções de cada um dentro de casa. Temos dois filhos sendo a menor ainda um bebê. Fico muito tempo com as crianças e ele trabalha várias horas por dias. Como o senhor vê isso? Por que é, ou não, tão fundamental a participação dos pais nos cuidados e na divisão de tarefas em casa? Isso favorece o quê?
RESPOSTA: Não é fundamental mostrar o pai cuidando da casa como o é cuidando do filho. Na verdade, com a mulher sendo exigida no mercado de trabalho de uma maneira tão intensa, sobra pouco para ela mesma se envolver diretamente nisso. Deve-se levar em conta o tempo que ele tem disponível para estar com os filhos e se este tempo é exíguo, deve ser até privilegiado esse contato do que o filho ficar longe do pai que se envolve em tarefas domésticas. Como a mulher tem mais ascendência e contato mais constante com os filhos, ela deve insistir que ele cuide dos filhos. É claro que atitudes como colocar essa atividade doméstica como “coisa de mulher” traz uma distorção que hoje já não cabe mais, portanto deve ser equilibrada o suficiente para não forçar algo que não tem sentido só para que a divisão seja como um negócio comercial. Buscar as prioridades do momento são um importante guia para as conversas de vocês.
Quanto mais cresce o filho, mais facilidade e muitas vezes natural é o envolvimento do pai, que necessita de um retorno do filho para estabelecer o sentido do seu contato com ele. É muito bom para o filho ter um contato precoce com o pai, pois vai se acostumando com o jeito dele masculino de ser. Isso também prepara mais precocemente o pai para esse encontro que estrutura aquele relacionamento em seu universo afetivo.