Site Abílio Diniz – Mariana Teodoro – 10/03/2011
Como conciliar o lado pessoal com o profissional?
Adiar os planos de construir uma família para se dedicar à carreira ou abrir mão da profissão para casar e ter filhos? Ter sucesso no emprego ou priorizar a relação amorosa? Se você é uma dessas mulheres que sofrem com a divisão de sentimentos entre casa e trabalho, saiba que você não está sozinha. Atualmente, o drama para tentar conciliar o lado profissional e o pessoal é um dos que mais perturbam as mentes femininas. Embora não exista uma fórmula mágica para acabar de vez com o conflito, o caminho rumo ao equilíbrio dos desejos e necessidades da mulher moderna pode ser mais simples do que se imagina.
“A chave para conciliar todos os lados da vida é o respeito por si mesma. Mulheres que tendem a viver somente para agradar os outros, serão cobradas uma hora ou outra pela vida”, afirma o psiquiatra Luiz Cuschnir, autor do livro A Mulher e Seus Segredos – Desvendando o mapa da alma feminina (Ed Larousse).
Segundo ele, conhecer a própria essência para poder aceitar as limitações e agir sem culpa é fundamental na busca da harmonia na realização dos diversos papéis. “E para aquelas que conseguem se libertar dos valores ditados pela sociedade, a chance de viver em paz é ainda maior”, diz.
O psiquiatra explica que o tempo todo, a mulher vive em busca de conciliar seus diferentes lados, seja o emocional com o racional, a cobrança interna com a externa. O problema é que ao lidar com os diferentes papéis, ela se desgasta, principalmente, porque não consegue agir conforme a verdadeira personalidade. “Isto ocorre porque ela está apegada a crenças e mitos do que é ser mulher. Com o passar do tempo, ela sente uma sensação de fracasso de uma luta inglória.” Um bom remédio indicado pela psicanalista Anna Hirsch Burg às mulheres que vivem esse conflito é deixar o perfeccionismo de lado e, também, se dedicar à função que traz mais satisfação. “Fazer escolhas e se comprometer com elas sem se vitimizar pode ser a saída”, diz a psicanalista. Assim como Cuschnir, Anna também acredita que é necessário, acima de tudo, amor próprio. “Posar de vitima e de mãe culpada não traz felicidade a ninguém. Buscar algo que dê prazer é fundamental para manter a vida andando.”
Cabe, então, à mulher moderna rever suas escolhas na busca do caminho para harmonizar a multiplicidade de papéis, sem culpa por não ser perfeita, sem ter que ser nota 10 em tudo e sem medo de arriscar. E nesse processo, o grande desafio é encontrar, antes de mais nada, a sua essência. “A maior conquista da mulher moderna é poder ser feminista e feminina ao mesmo tempo”, conclui Cuschnir.