Conversando com Dr. Luiz Cuschnir – Glorinha Cohen
PERGUNTA Dr. Luiz, acabei de dar a luz de um menino que era muito esperado por nós dois já que tivemos que fazer um tratamento para eu engravidar. Graças a Deus deu tudo certo e estou totalmente dedicada ao meu novo papel de mãe. Não consigo sentir-me segura em deixar que o meu marido se encarregue do nosso filho. As mães centralizam esses cuidados? É cultural ou natural isso acontecer? Como são de verdade as outras mães, elas querem compartilhar?
RESPOSTA Como a mãe tem esse preparo durante a gravidez e passa a se envolver pela própria necessidade de manter o contato físico com o seu bebê, a presença do pai é sempre de um terceiro. A cultura também valoriza a mulher que faz essa função e culpa a que não faz. Ainda existe muito espaço para caminhar para uma igualdade de reconhecimento da importância do papel paterno na formação afetiva de um filho. Sim, a mãe sempre tem o desejo de compartilhar a responsabilidade e o trabalho. Se ela é adequada enquanto requisita, melhor será para todos inclusive para ele que ganha a oportunidade de desenvolver sua vida afetiva. Esse desenvolvimento vai ajudá-lo de várias maneiras inclusive no relacionamento profissional. Muitas vezes esses homens têm medo de não serem capazes de atender essas necessidades, mas quando se percebem recompensados, terão mais empenho em se habilitar. Há também mulheres que desvalorizam o homem que tenta ou que toma atitudes de acordo com sua percepção do momento. Isso pode desestimulá-lo e confirmá-lo no lugar do “dispensável”. A mãe que estimula para provar que ele não sabe, pode propiciar a desvalorização do pai que tem grande influência no respeito que o filho tiver por ele. Uma coisa importante: esse filho é dos dois, lembre-se sempre disso!