A Tribuna – ES – 30/10/2011
O homem antigo atacava todas e contava vantagem, mas a independência da mulher e a internet têm mudado isso
Eles não são os mesmos nas cantadas e estão cada vez mais inseguros no quesito aproximação. É o que afirmam os especialistas, diante de um novo perfil de homem.
A palavra que resume esse comportamento é o medo. Isso mesmo! Há o medo do fora, de não conseguir dar conta do recado e de ser rejeitado pelas mulheres. O resultado é que as abordagens estão cada vez mais tímidas.
O psiquiatra e psicoterapeuta Luiz Cuschnir afirma que os homens precisaram se posicionar na sociedade. Autor de livros como “Homens sem Máscaras – Paixões e Segredos dos Homens”, ele ressalta que o macho atual continua tendo medo de não conseguir suprir a si próprio e também as pessoas que dele dependem, mas que agora ele prioriza a qualidade de vida mais do que antigamente.
AT2: Como se explica a mudança no papel do homem?
LUIZ CUSCHNIR: As transformações masculinas, inicialmente, vieram a reboque do feminismo, com a mulher se posicionando diferentemente do que ocorria nas décadas anteriores. A insatisfação e o desconforto masculino fizeram surgir o que chamo de “Masculismo”. O que antes indicava o feminino, como cuidar de filhos, por exemplo, passou a ser um comportamento absorvido e liberado para ser desenvolvido junto com a personalidade do homem.
AT2: O homem atual tem medo do quê?
LUIZ CUSCHNIR: Ele tem medo, por exemplo, não conseguir suprir a si próprio e também as pessoas que dele dependem. No entanto, coloca valores de qualidade de vida como prioridade mais do que antigamente. Também tem medo de não conseguir atender às solicitações da mulher, inclusive do ponto de vista sexual.
AT2: Como os homens podem se tornar mais fortes e maduros?
LUIZ CUSCHNIR: Todo trabalho psicoterapêutico visa o fortalecimento dos fatores que contribuem para o melhor posicionamento deles perante as outras pessoas. Homens fortes têm mais clareza do que sentem e se expressam melhor para que possam ser bem interpretados. Homens maduros toleram mais a frustração de não serem perfeitos ou os melhores em relação aos outros, lidando com isso de uma maneira inteligente e sincera.