Alessandra Oggioni -10/05/2012 – Site IG
Para preencher o vazio que fica na casa e no coração quando os filhos saem de casa vale (quase) tudo: trabalho voluntário, esporte, romance e atividades de lazer. Só não pode é deixar a depressão tomar conta
A vida acaba quando os filhos saem de casa? Ou ela está apenas começando?
Sensação de casa vazia, refeições silenciosas, quarto sem uso. Em meio a este cenário, muitas mães associam a saída dos filhos de casa com a perda daquilo que consideram seu papel principal na vida: a maternidade.
Previna-se: não seja uma mãe “desempregada”
O psicólogo Luiz Cuschnir, que se depara com o problema a todo momento no Gender Group®, grupo de psicoterapia focado em problemas de gênero do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, concorda. “São casos de mulheres que se fecharam para o mundo, dedicando-se exclusivamente e só se alimentando afetivamente dos filhos”, explica.
Ele diz que nas sessões de psicoterapia do grupo procura resgatar nas pacientes os papéis abandonados de cada uma, recuperando suas histórias de vida e seus momentos mais importantes. “É como se acordássemos essas mães de novo para os seus desejos”, ressalta Cuschnir.
Como a síndrome do ninho vazio afeta a vida do casal
Além de quadros depressivos, a síndrome do ninho vazio também pode afetar a vida conjugal. Com a saída dos filhos de casa, a família ganha um novo formato e muitos casais sofrem porque se dedicaram tanto aos filhos que não se “encontram” novamente como parceiros.
Por outro lado, Cuschnir explica que a situação também pode afetar positivamente o relacionamento. “O casal pode passar a conviver mais e se aproxima. Eventualmente, aos parceiros até aprendem a depender mais um do outro, criando rotinas que podem ser saudáveis para a recuperação da intimidade e vivendo novas experiências em conjunto”, diz o psicólogo.
Como lidar com a separação dos filhos: abra-se para o mundo
Neste processo de recuperação de identidade, trabalhar, estudar, praticar esportes, fazer serviços voluntários e ter outras atividades prazerosas é, sim, um meio de lidar a síndrome do ninho vazio.
Por isso, além de procurar outras atividades, voltar-se para a família de origem, dar mais atenção aos pais idosos e visitar os irmãos com mais frequência também podem ajudar no processo de superação desta fase. “O principal conselho é se preparar antes, ao longo da vida. Quanto mais exclusiva a vida afetiva, mas vulnerável ela se torna. Quanto mais expandida é a vida, mais elementos as pessoas terão para se preencher”, aconselha Cuschnir.
Como lidar com a separação dos filhos: abra-se para o mundo
Nestes casos, a terapia pode ser o caminho mais indicado para superar a síndrome do ninho vazio