Entrevista concedida para a Revista AnaMaria – Roberta Cerasoli 25/7/2009
Roberta Cerasoli: Assim que a criança nasce, a mãe é quem lhe dá o peito e cria logo de cara uma relação de amor com ela. O pai tem que conquistar isso aos poucos. Nessa fase, como a mãe pode aproximá-lo do bebê?
Luiz Cuschnir: Incentivando – o e propiciando que se aproxime fisicamente dele. Não precisa entregá-lo totalmente, só permitir a aproximação física, pode ser um bom método para tirar o medo dele machucá-lo.
Roberta Cerasoli:Que atitudes a mãe deve evitar para não se isolar com a criança
Luiz Cuschnir: Não se fechar no quarto, chamá-lo para dizer algo, mesmo que não seja relacionado ao bebê, permitindo que ele se acostume em ver o bebê e aprenda com ela como ficar com ele.
Roberta Cerasoli: O pai deve tirar férias quando o bebê nasce? Esperar mais um pouco?
Luiz Cuschnir: Depende muito do esquema de casa. Se a màe está masi disponível e isso pode comprometer a sua vida profissional, é melhor nao obrigá-lo. Aos poucos ele se acostuma com a nova presença e vai se afeiçoando ao bebê.
Roberta Cerasoli: Na infância, a criança tem sempre medo do pai?
Luiz Cuschnir: Em geral, se a mãe não propicia esse contato, cuida do bebê como se fosse só dela, e não estumula que o bebê faça esse contato, dá a mensagem que é para ter medo do pai. é muito importante a atitude da mãe nesse momento.
Roberta Cerasoli: A criança deve se reportar sempre à mãe?
Luiz Cuschnir: Não, até é contraproducente, se estivermos atentos ao coneito de que a criança precisa dos dois modelos, masculino e feminino. Precisa ter o contato com a energia masculina mesmo que seja de uma maneira mutio difernete da mãe. Nenhum dos dois é o certo.
Roberta Cerasoli: A mãe deve consultar o pai nas questões?
Luiz Cuschnir: Pode, nao deve. A consulta sempre coloca o pai em contato mas deve ser feita de uma maneira que nào interfira negativamente na relação entre os tres: uma ocisa é a relação mãe-pai/filho e a outra é a relação mulher e homem. O filho não pode representar a quebra do vínculo de homem/mulher senão ele também será o responsável pelos ocnflitos que possam surgir com esse novo ser entre eles.
Roberta Cerasoli: Que tipo de atividades o pai deve fazer com o filho? é ideal que faça coisas sozinho?
Luiz Cuschnir: é muito importante que o pai viva situações so ele e o filho. Mesmo que sejam coisas do tipo de homem adulto, que o filho(a) nem tenham id’;eia do que é, o pai, dentor de certos limites, se apega ao filho e aos poucos aprende a cuidar dele.
Roberta Cerasoli: Como a mulher pode estimular o pai a dividir com ela as tarefas na criação do filho?
Luiz Cuschnir: Primeiro nao o criticando nem apontando tantos erros erros que só insinuam sua incapacidade de cuidar de criança pequena. Incentivar, apoia e afirmando-o como homem educador e criador do filho, só melhora a sua autoestima no papel de pai.
Roberta Cerasoli: Que tipo de atividades o pai deve tentar fazer com a filha?
Luiz Cuschnir: Passear MUITO, ir para lá e para cá, brincar do que der…falar muito
Roberta Cerasoli: Intimidade com menina é mais difícil pro pai, não é? Como ele pode contornar essa situação?
Luiz Cuschnir: Existe sempre um medo da mãe que ele nao cuide direito. Algumas até tem traumas e mitos em relaçao a isso. Em alguns casos, é muito delicado o quanto o pai é permitido e se permite chegar perto da filha
Roberta Cerasoli: Na pré-adolescência, as meninas conversam sobre sexo com as mães. é hora dos pais interferirem? Qual deve ser o comportamento deles? E da mãe, diante disso?
Luiz Cuschnir: Deixar leve, que ocorra dentro da relação mais ampla deles. Se forem íntimos ao ponto de conversarem disso, e a mãe permitir (ela pode impedir), ele pode ter essas conversas. é importante que ele nao a invada para nao criar resitência da parte dela.
Roberta Cerasoli: Já os meninos querem fazer confidências ao pai. Como ele deve agir?
Luiz Cuschnir: Os meninos precisam de referenciais masculinos. Deixá-lo contar o que ele acha é o melhor. Criar esse hábito de ouvir as coisas que ele vive e pensa , dá a segurança de depois aparecer o que se precisa orientar. Alguns modelos podem sao ser úteis, outros o pai deve guardá-los. Nãe é para falar tudo o que já viveu para o filho.
Roberta Cerasoli: E pais separados, como devem agir com os filhos?
Luiz Cuschnir: Procurar de todas as formas manter o contato e convívio. Cuidar para não esperar que o filho vença as possíveis dificuldades que a mãe interponha para o convívio dos dois. Nao adiante esperar que a mãe ajude ou que o filho ocnsiga dar conta desse convívio e venca os obstáculos da continuidade dele. Telefonar, procurar, insistir o tempo todo. O convívio da forma que for, é uma habilidade e deve ser constante, da forma que for possível.