Conversando com Dr. Luiz Cuschnir – Glorinha Cohen
PERGUNTA Sou jovem ainda, dizem que sou bonita e tenho uma ótima família e profissão. Mas há algo que acontece comigo que percebo que quando não estou namorando, tudo perde o brilho, já não me sinto bem, pouco aceita e perco muito da minha auto-estima e fico até doente. Já quando namoro, se estamos bem parece que as coisas dão certo por si só mas é só eu ter um namorado que me controla em tudo como foi o último, já não adianta eu estar namorando…fico tensa, nervosa e me atrapalha até na minha vida profissional. O que o senhor pensa disso?
RESPOSTA Está comprovado: o afeto e a cumplicidade do namoro fazem muito bem à saúde. Não é a toa que especialistas chamam a atenção para a importância de dar e receber carinho em tempos de relacionamentos instáveis e sem compromisso. Ter alguém que sabe onde o outro está, que pergunta sobre o seu dia-a-dia e o apóia constantemente pode ajudar a apaziguar as angústias e exigências impostas pela vida. Alguns estudos recentes mostram que a estabilidade de uma relação reduz, significativamente, os riscos de desenvolver transtornos psíquicos e doenças ligadas ao stress. Isso acontece porque os relacionamentos estáveis criam uma rotina de troca de atenção que alivia os problemas. Namoros saudáveis permitem apoio e dedicação mútuos e isso faz com que o tempo passe de uma maneira mais leve. Em alguns casos o namoro pode se tornar patológico. Há relações que levam a pessoa a um alto nível de stress e quadros psíquicos sérios. Isso pode causar o que chamamos de “seqüestro emocional”, ou seja, quando os dois estão envolvidos numa relação de dependência doentia. Para não chegar em um nível de desgaste que transforma o namoro em um verdadeiro martírio ressalto que é essencial preservar o respeito na relação e ter a clareza de que a você teve uma história de vida diferente da dele. A admiração pelo parceiro também precisa ser, fundamentalmente, mantida. Cada um deve se sentir importante para o outro.