Encarar os próprios medos

Site Abílio Diniz – Jornalista Renata Santiago
Entrevista concedida – 03/07/2014

Site Abílio Diniz – Que tipo de pessoa está mais sujeita a ter dificuldades em encarar os próprios medos?
Luiz Cuschnir – Pessoas que não possuem recursos emocionais que suportem a experiência de enfrentar situações que para ele ou ela geram medo. Também pessoas mais acomodadas nos limites impostos por ele, tendo criado rotinas e principalmente evitações para se confrontarem com o que é desagradável na sensação de medo. É claro que pessoas inseguras, que tem experiências de insucesso, criam condições para terem medos pois não terem elaborado essas derrotas na vida.

Site Abílio Diniz – Na dificuldade de encarar os próprios medos, qual comportamento a pessoa costuma adotar?
Luiz Cuschnir – A tendência mais natural é desviar, evitar e muitas vezes negar que ele exista. Escolhe caminhos diferentes, mesmo que mais complexos, para chegar onde deseja ou precisa sem precisar passar pela situação que gera o medo. Algumas podem fazer o percurso inverso, são atraídas por ele e se colocam na situação de risco que as desorganiza o tempo todo. Há as que escondem dos outros e tentam supera-los “na marra”e só criam mais traumas ainda.

Site Abílio Diniz – Qual a melhor forma de encarar os medos?
Luiz Cuschnir – Melhor será se identificá-los, delimitando-os e se possível entende-los mais profundamente. Em uma psicoterapia ;e sempre mais fácil chegar a essas respostas pois muitas vezes são complexas e multifatoriais. Analisar racionalmente as consequências do que pode acontecer se chegarem perto ou enfrentarem o medo, dá resultados para que utilizem o racional para se apoiarem do que é infundado nesse medo.

Site Abílio Diniz – Medos podem ser superados? E quando superados, o que acontece com o indivíduo?
Luiz Cuschnir – Superar medos, ou pelo menos minora-los para que a pessoas não viva tolhida em sua liberdade como um todo, só amplia o campo de atuação na vida. Pessoas que têm medo de viajar, outras de doenças, outras de enfrentar situações publicas por exemplo, estrincem muito as experiências que enriquecem a vida. Quando isso ocorre ela passa a viver mais de acordo com as suas necessidades e realizações.

Site Abílio Diniz – Quais consequências o indivíduo pode vivenciar por constantemente fugir dos medos?
Luiz Cuschnir – Se ocorrem em situações pontuais, só haverão danos relacionados ao tema específico. Se fazem parte de um sistema, influenciam vários outros papéis e vínculos da pessoa, criam quadros mais graves, como os fobicos, que as isolam cada vez mais.
Site Abílio Diniz – Um medo não encarado pode virar fobia?
Luiz Cuschnir – Podemos chamar de uma fobia quando ele transpassa o padrão de razoabilidade, tornando-se incompreensível ou justificado pela sua intensidade.

Site Abílio Diniz – Quais conselhos o senhor daria para a pessoa que não encara os próprios medos?
Luiz Cuschnir – Que ao verificar como isso a afeta, procure lidar com eles de uma forma a trazê-los a tona e se permitir investiga-los. Perceber que a restrição que eles provocam afetem-na e aceite que pode ser diferente. também aceitar a ajuda como numa terapia, para se estruturar e se libertar de algo que está atrapalhando asua vida.

 

 

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