PERGUNTA Dr. Luiz, sabe qual a minha dúvida? Estou num namoro que vai bem há mais de 3 anos. Cada um tem a sua casa e as nossas vidas vão muito bem, cada um profissionalmente e economicamente. Dormimos juntos em parte do final de semana e viajamos de vez em quando. Mas está chegando o momento de decidir: casamos e moramos junto ou ainda não? Que é preciso saber ou perguntar sobre o outro para ir morar sob o mesmo teto. Minha namorada quer e eu estou na dúvida. Quero prevenir fracassarmos e ir tudo por água abaixo.
RESPOSTA Para morar junto há a necessidade de haver bem mais que só o carinho ou o amor pelo outro. Saber como são os hábitos diários (uso da casa em geral, como cozinha, banheiro, quarto) dão uma idéia de como vai se instalar a rotina. As noções de higiene e o respeito ao outro nesse ítem, dão muitas dicas de como será o convívio. Os dados econômicos que sustentarão esta casa precisam ficar claros. Tudo que está subentendido é sujeito a grandes confusões. Os horários de cada um também são importantes para que a rotina diária possa se estabelecer respeitando cada ritmo.
Morar com alguém propicia a experiência de ter uma casa própria sem tantos cuidados dos pais ou de viver sempre sozinha e ir criando aversão a dividir espaço físico com outras pessoas. Há características pessoais que necessitam de uma ou outra configuração, sem casar ou casados, para que a relação se estabeleça de uma maneira que possam crescer no relacionamento. Certas pessoas, ou mesmo em certos momentos de vida, podem precisar de um test drive para depois sentirem-se livres para a formação de uma família, o que implicaria mais em casamento. Morar junto dá a elas informações que as asseguram, mas do que somente namorar e ter idas e vindas de casa. Algumas se sentem extremamente vulneráveis ou até desvalorizadas sem o casamento e com ele, passam a participar do projeto de construção de um futuro juntos de uma maneira mais ativa.
O casamento por si só propõe a constituição de uma família, que a rigor só existe se houverem mais do que dois, isto é, filhos. A estabilidade emocional, constância garantida, projetos criados automaticamente em comum, reforçam automaticamente a relação afetiva. Quando se celebra uma data, com um ritual de passagem, faz-se um marco claro na vida dos dois, inclusive emocional que serve como lembrança de uma determinada fase da vida. Enfim, tudo depende do projeto de vida de vocês dois.