Conversando com Dr. Luiz Cuschnir – Glorinha Cohen
PERGUNTA Dr. Luiz, por favor me ajude a entender o que está ocorrendo. Quando namorávamos, ele insistia em jogar futebol com os amigos em pleno sábado à tarde, o que resultava um namorado sempre cansado para fazer programas mais agitados à noite. Quando eu queria ir ao cinema, ele só reclamava quando era um filme mais deramático ou ” encucado” como ele dizia. Com o tempo, ele amadureceu em vários aspectos, cresceu profissionalmente e hoje está fazendo a segunda pós graduação. Achei que incentivando ele a se interessar por outros assuntos, mais profundos, ele iria mudar. Todos me diziam que ele ia mudar, mas pelo visto muita coisa não mudou. Continuo sem conseguir fazê-lo se interessar por assuntos ou ter atitudes que condizem com a nossa idade. O que o senhor acha?
RESPOSTA Há um grande problema, até mais comum com as mulheres, que acham que vão modificar profundamente uma pessoa. Nas psicoterapias que acompanho pacientes que vão trazendo os fatos do namoro vou mostrando características que estão por detrás das brigas e divergências. Quanto mais consciente está a pessoa de que o outro é assim e não está interessado em mudar, mais tem indícios da profundidade do hábito. Se a cada situação que divergem, um aprende com o que o outro mostra e se vê mudanças na conduta, já se pode esperar mais disso. Com o desgaste do relacionamento, é claro que a tolerância diminui e vão crescendo as incongruências.