Blog Taco de Mulher – março/2014
Nas andanças da minha vida conheci em 2011 o psiquiatra e psicodramatista Luiz Cushnir, autor que se consagrou estudando os padrões de gênero masculinos e femininos. Hoje, ele é meu supervisor no grupo de psicoterapia Gender Group do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas em São Paulo, SP.
O que mais gosto do Luiz é a capacidade que ele tem de conseguir traduzir em lindas palavras tudo aquilo que nós mulheres, do século XXI sentimos no mais profundo de nosso ser. Há poucos dias, fui presenteada por ele com seu mais novo livro quot;Como mulheres poderosas se tornam mulheres conquistadoras” (Academia, 2012)e confesso para vocês que mais uma vez me surpreendi com a qualidade do texto e com a profundidade que ele nos descreve com tanta naturalidade e intimidade.
A ideia do livro é explicar por que razão, nós, mulheres incríveis e maravilhosas nascidas pós-revolução feminista, não estamos 100% confortáveis e felizes em nosso novo lugar. Ele ainda defende como ao longo da história lutamos para aumentar nossos papéis sociais, saindo de casa para o mundo, mas pagamos um preço: nos distanciado na nossa feminilidade e da nossa capacidade de liderar com amor.
O motivo desse estudo se deu por perceber que as mulheres que hoje são mães, profissionais, esposas, namoradas, amigas, chefes e tudo mais, muitas vezes tentam manter um “status” de poder em todas essas relações, assim como os homens fizeram desde sempre. Ou seja, esse processo se dá através de um poder instituído, que pode gerar medo, humilhação e afastamento. Ao fazer isso, essa mulher se machuca e fere os outros com sua própria insatisfação, pois não está agindo da maneira mais próxima de sua essência feminina.
Luiz observou que, quanto mais generosa a mulher for, maior a chance de sucesso. Essa sabedoria está em aprender a se colocar no lugar do outro, compreendendo seus motivos, mantendo o poder, mas também o respeito e o afeto. E como o intuito do Taco de Mulher é prezar a autoestima feminina, por que não falar dessas mulheres guerreiras, que lutam sem perder a elegância?
Espero que todas nós, possamos nos reconhecer cada vez mais em nossas publicações, conseguindo ampliar nossos horizontes de maneira inclusiva, aprendendo umas com as outras.