Metrossexuais – Revista NOVA

Entrevista concedida à revista Nova

Daniela Folloni: Estamos fazendo em nova uma reportagem sobre o metrossexual, esse novo homem mais vaidoso e sensível de quem se fala o tempo todo hoje. Entre as mulheres, esse tema é muito polêmico. Há muitas que acreditam que o novo homem nada mais é do que um homossexual enrustido. Quero saber a sua opinião a respeito do metrossexual para incluí-la em nossa reportagem.

Luiz Cuschnir: Há uma discussão sobre o termo, que na verdade surgiu há décadas e portanto não corresponde ao homem de hoje. Este está plenamente transformado, com uma amplitude bem maior do que querem configurar como um homem vaidoso e superficial, e “sensível” como uma crítica ou desvalorização.O termo metrosexual, por conter “sexo” no conceito, também desfavorece a visualização do que seria o correspondente ao novo homem. Este na atualidade, nem se aproxima de um homem sinônimo de sexo e muito menos de ser um homosexual. Os conceitos utilizam associações que só confundem, e até podem incluir uma certa desfeita ao homem que hoje tem o direito de não escolher um mulher que não o atraia, não tenha os atributos que o interessem, deixando-a de lado, abdicando das investidas femininas, provocando sérios problemas de rejeição.

Aprecio em vários momentos do meu último livro “Os Bastidores do Amor – Sentimentos e buscas que invadem os relacionamentos” (ed. Alegro), como as pesoas podem ficar reféns da beleza, da aparência, e como não, muitas vezes do sentimento de terem que ser aceitas peo outro, mas profundamente infelizes no amor.

Por um outro lado, não generalizando para todos homens, mas indicando que homens muito vaidosos, chegam perto do narcisismo. Gostam muito mais deles mesmos, de sua aparência, e se apresentam vazios como se desfilassem para o mundo. Estes com certeza não são os representantes do “novo homem”, que procura se afirmar em suas necessidades emocionais, aproveita as relações afetivas e familiares de uma maneira muito mais consistente e profunda. Não é um exibicionista e revela, em ambientes protegidos como a terapia, suas carências e desejo de uma relação mais adequada com a mulher.

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