Hora de morar junto (será?)

Revista Lunna – Edição Novembro/2011 – Daniela Venerando 

Já pensou em acordar todos os dias com seu namorado ao lado? Ok, nós sabemos, dividir o mesmo teto pode ser maravilho, mas não custa pensar – e muito bem – antes de tomar uma decisão tão importante. Anote as dicas

Pense em um casal apaixonado, daqueles que só têm olhos um para o outro.

Não seria maravilhoso os dois passarem a noite inteira agarradinhos, todos os dias? Hummm, cuidado… No início, o casal procura e valoriza as afinidades, reforçando o mito de que foram feitos um para o outro. Passada a fase, os conflitos aparecem e a imagem da perfeição se desfaz.

“Leva tempo decifrar o outro. Depois da paixão, os dois necessitam encarar as inevitáveis diferenças. A sintonia não é serem almas gêmeas, mas sim compatíveis”, diz o psiquiatra Luiz Cuschnir, coordenador do Gender Group do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

DE OLHO NELE

Para os especialistas, nem é necessário morar sob o mesmo teto para ter uma boa noção do que vem por aí.

Dormir lado a lado pode indicar como o namorado se comporta em situações íntimas – sexo, hábitos de higiene -, mas é só morando junto que é possível descobrir os costumes diários, ou seja, como ele se comporta dentro de casa nos diversos horários e dias da semana. É aí que são percebidos as grandes diferenças. Pessoas egoístas e muito apegadas às próprias coisas terão mais dificuldade. Dividir o mesmo teto implica em muitas concessões, por isso é aconselhável delimitar áreas para manter a intimidade individual e proteger a relação de desgastes futuros.

ESTÁ NA HORA?

Também é importante saber se é o momento certo para tomar uma decisão que vai mudar tão radicalmente a maneira de viver de cada um. Você está feliz e a relação está estabilizada? Ótimo, este é um bom indício de que casar ou morar junto pode funcionar.

“No entanto, é preciso ter a consciência de que os dois vão precisar se dedicar um ao outro e deixar de lado hábitos que possam atrapalhar a vida a dois”, avisa Luiz Cuschnir. Se o gato ainda cai na balada ou se reúne religiosamente com os amigos três vezes por semana, por exemplo, cuidado. Se esses ainda são fatores de briga, é bom discutir o assunto e entrar em acordo antes de dividir o mesmo espaço. Finanças são outro item gerador de conflitos. Saiba o que ele pensa sobre a divisão das contas. Utilizar exemplos de outros casais pode ser uma boa forma de iniciar a conversa. Um assunto também importante são os filhos. Como a maioria dos casais é independente financeiramente, muitos decidem viver juntos só para formar uma família. Portanto, são diversos os fatores que devem ser colocados na balança antes de tomar a decisão tranquilamente (mas sempre cruzando os dedos para dar certo!).

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